quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Morcego Está Morto!

por tedkort


Aqui estarão só os trechos NC-17 da história. Para ler o resto, visite o fórum Conspiração Clois Defenders e procure a história de mesmo título.



Capítulo 2

NC-17
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Menos de 5 minutos depois Batman alcançava o topo da Torre Wayne.
Olhou o céu nublado. Não demoraria pra chuva desabar. Já era possível ver relâmpagos pulando de uma nuvem pra outra.
Pela segunda vez naquela noite notou um movimento à sua direita. Um perfume conhecido invadiu suas narinas e um meio sorriso brotou na sua face.
Não se moveu e aguardou.
Com passos leves, afinal não era a toa que era chamada de Mulher Gato, Selina Kyle aproximou-se dele por trás.

– Miando pra Lua Batman? – perguntou quando chegou perto o suficiente pra sussurrar.
– Tinha esperanças que viesse ‘miar’ comigo... – respondeu arrancando um sorrisinho dela.

Ela tocou o ombro dele indo de um para o outro com a ponta do dedo até postar-se à frente dele.
Ele notou a roupa justa, violeta, o decote insinuante mostrando o vale profundo entre os seios fartos, e o sangue correu mais rápido em suas veias mesmo que não demonstrasse.

– Fazendo estripulias por aí Selina? – arreliou se referindo à roupa dela.
– Não tantas quanto você. – devolveu e brincou correndo as unhas compridas pelo peito da armadura – Tire sua fantasia que tiro a minha.
– Uma hora dessas... – respondeu evasivo.

Selina chegou mais perto e segurou o queixo proeminente dele com a ponta dos dedos e lambeu seus lábios.

– Tem gosto de enigmas Batman. – comentou – Mantém uma gata curiosa.
– Não me provoque. – ele pediu com a voz grave.
– Por que não? Tem medo de sucumbir aos seus desejos?

Sucumbir aos seus desejos... A frase ribombou em seus ouvidos misturada às palavras de Dick ‘siga seu coração’.
Segurou a cintura fina trazendo-a de uma vez para si, sem aviso, e mirou seus olhos castanhos um momento antes de tomar sua boca.
Selina correspondeu colando-se mais a ele. Desejava aquele homem, fosse ele quem fosse.
E ele também a queria mesmo que ela vivesse pendendo entre o bem e o mal. Desceu uma mão da cintura para seu quadril, deixando claras suas intenções.
Ela interrompeu o beijo e o olhou maliciosa, mas não reclamou.


– Quer brincar, homem morcego? – ela passou as mãos pela armadura buscando alguma abertura para tocar a pele dele.
– Defina ‘brincar’? – pediu com os olhos escuros brilhando de malícia e a outra mão deslizou para o quadril arrebitado dela também.

Ela não respondeu. Aquela voz modulada deixava-a eriçada.
Finalmente encontrou uma forma de destacar a frente da armadura da parte de trás e passou as unhas pelo vão que abriu entre as duas partes, lateralmente pelo corpo dele, se apossando da boca dele, buscando sua língua com volúpia.
Bruce sugou a língua invasora e sentiu a pele dela arrepiando-se. Subia as mãos até seu rosto tirando sua máscara.
Selina olhou para os olhos dele e, por um momento, pensou em tirar a dele também, chegando a levar ambas as mãos à máscara.
Ele não tentou impedi-la e esse gesto, ou a falta dele, a deixou confusa. Ficou segurando a máscara, mas sem movê-la, indecisa se queria mesmo ou não saber quem ela escondia.
Percebendo a indecisão nela, ele pousou as mãos sobre as dela, ajudando-a a continuar.
A curiosidade matou o gato. Selina pensou que o ditado não podia ser mais apropriado quando chocou-se ao ver a face de Bruce Wayne emergir do disfarce.

– Bruce?! – falou num sopro.
– Surpresa?
– Eu devia saber... – comentou sem responder.
– Faz alguma diferença? – perguntou se referindo ao que estavam prestes a fazer.

Fazia, pelo visto, naquele primeiro momento, enquanto ela ainda não digerira a revelação.
A resposta dela veio num movimento delicado, porem firme, puxando a máscara de volta ao rosto dele.

– Quero o Batman. – ronronou, avisando dengosa, voltando as mãos à armadura dele conseguindo finalmente destacar completamente a parte da frente, deixando-a cair, expondo o peito forte que foi sendo beijado enquanto as mãos corriam pelo cós da calça insinuando-se, atrevidas, pela virilha dele.

Bruce deixou que a parte de trás da armadura tivesse o mesmo destino da parte da frente e procurou o pescoço de Selina, deslizando a língua por sua jugular, puxando-a pela cintura, fazendo-a sentir sua excitação já que agora estava sem a proteção da armadura.
Os seios dela se eriçaram com o contato e ele baixou a cabeça até eles, liberando-os pelo decote profundo, fechando a boca sobre um, mordendo o mamilo arrepiado antes de sugá-lo em frenesi.
Selina gemeu e o acariciou sobre a malha sentindo sua ereção completando-se sob seu toque.
Bruce olhou para ela e depois para o lado, na direção da porta que conduzia ao interior do prédio, como quem procura um local mais adequado que o telhado.
Contudo ela percebeu e reafirmou:

– Quero o Batman. – como se, entrando no prédio, fosse Bruce quem estaria com ela e que ali já era o local apropriado para o Batman.

Ele a conduziu até a laje da casa de máquinas do elevador onde a fez deitar-se.
Os primeiros pingos da chuva começaram a cair e raios riscavam os céus, iluminando os dois, mas isso não pareceu incomodar nenhum deles.
Bruce postou-se entre suas pernas e fez o collant dela escorregar por seus ombros, retirando-o, revelando o corpo curvilíneo que fizeram seus olhos brilharem, cobiçosos.
Subiu as mãos por suas pernas, sentindo-a arrepiar-se inquieta. Seguiu pela cintura até fechá-las sobre os seios, prendendo os mamilos entre seus dedos, fazendo Selina enlaçá-lo, rodeando seu quadril com as pernas, mostrando sua urgência.
Ele não a fez nem implorar, nem esperar, também não queria esperar nada. Baixou um pouco a malha, adentrando-a num movimento lento e contínuo que a fez ofegar. Inclinou-se um pouco sobre ela que o agarrou pelos ombros sob a capa sentindo a pele quente dele em contraste com a chuva gelada. Ergueu os quadris para ele, permitindo que as investidas, agora compassadas, fossem o mais profundamente possível e acompanhou cada uma delas com um gemido alto, incontrolável, olhos fechados e a cabeça jogada para trás.
Bruce também arquejava. Não só por sentir um orgasmo intenso se aproximando, mas também pelo abandono e a forma apaixonada com que Selina se entregava a ele.
Selina cravou as unhas em seus ombros e, num misto de dor e prazer, a acompanhou no êxtase.
Descansou o dorso sobre ela, ofegando, sendo abraçado no mesmo momento.
Uma gota da chuva escorreu pelo maxilar angular e ela lambeu, beijando seu rosto em seguida.

– Vamos entrar. - ele decidiu, percebendo o quanto estavam encharcados ali debaixo daquela chuva gelada.

Não esperou resposta dela. Levantou-se e a ajudou fazer o mesmo. A chuva era torrencial agora e, mesmo sua capa estando tão molhada quanto o resto, tirou-a envolvendo o corpo trêmulo de Selina e seguiu com ela para dentro.
A Torre Wayne não era um imóvel residencial, mas um prédio de escritórios. Contudo, os dois últimos andares eram usados por Bruce privativamente e eram independentes dos demais. Sendo acessados por um elevador exclusivo que vinha direto da garagem no subsolo até o topo, sem parar ou ter acesso aos andares ‘comerciais’.
Bruce a conduziu para aquela área privativa diretamente para o maior banheiro que ela há havia estado. Vislumbrou uma sala imensa antes de entrar ali, mas nem prestara muita atenção consciente demais do braço protetor sobre seus ombros que mantinha a capa negra sobre seu corpo nu.

– Tome um banho pra se aquecer. – ele falou sem esperar resposta, deixando-a sozinha.

Selina olhou em torno. Chão e paredes cobertos por mármore cinza chumbo, tão polido que era capaz de ver seu reflexo com clareza em qualquer parede, como num espelho.
O ufurô não a atraiu. Menos ainda a hidro luxuosa enterrada no piso.
Sabia muito bem o que a aquecia e não era banho, embora também iniciasse com ‘b’. Batman ou Bruce. Já não sabia mais.
Deixou a capa deslizar para o chão e entrou no box de vidro transparente, ligando o chuveiro, deixou a água morna a envolver.
Ele havia deixado a porta do banheiro aberta o que sugeria que ia voltar. Ficou atenta, esperando. Um felino á espreita.
Sem tirar o que restava do traje no seu corpo, Bruce foi até o bar da sala. Ia pegar um pouco de uísque ou conhaque para aquecê-la, mas pensou melhor e pegou champanhe. Provavelmente mais apropriado ao paladar dela.
Não quis parar naquele momento para analisar seus sentimentos ou o que tinham feito.
Pegou a taça e voltou ao banheiro surpreendendo-se por ela não estar na hidro.
Selina desligou a água assim que o viu e, para deleite dos olhos dele, saiu do box espetacularmente nua, sem ao menos se preocupar em pegar uma toalha. Uma gata molhada caminhando na sua direção.
Bruce depositou a taça sobre a pia e apanhou uma toalha de uma pilha disposta sobre uma prateleira de vidro ao lado.
Quando ela parou na sua frente colocou a toalha sobre sua cabeça e seus ombros com a intenção de secar seus cabelos.

– Vai se resfriar. – avisou passando carinhosamente a toalha nas madeixas castanhas, tentando enxugá-las.
– Nunca aprendeu como um gato toma banho Batman? – ela perguntou com o olhar brilhando, brincalhão, correndo as mãos pelo tórax lixo até alcançar seu rosto, tirando a máscara dele, alisando o cabelo escuro pra trás com os dedos e completou – Bruce?

Ele largou a toalha e a puxou para ele, colando o corpo úmido ao seu, iniciando um beijo apaixonado.
Selina o abraçou, correspondendo ao beijo, pressionando os seios contra o peito dele, sentindo-os eriçarem novamente com o contato.
Largou a boca dele e o pegou pela mão, saindo do banheiro andando à sua frente.

– Vem! – chamou, mas parou no meio da sala grande, olhando em torno, sem saber para que lado seguir.
– Esquerda. – ele esclareceu com um meio sorriso, deixando-se conduzir pela mão enquanto se deliciava com a visão dela andando nua na sua frente.

Selina chegou à porta, que empurrou, revelando um quarto grande, fracamente iluminado por spots embutidos no teto, que mantinha a cama coberta por lençóis de cetim negro, na penumbra. As cortinas das janelas estavam entreabertas e era possível ver a chuva forte lavando as vidraças fumês e o clarão dos relâmpagos iluminando mais o quarto vez por outra.
Ela parou em frente à cama e o empurrou para que caísse de bruços e tirou suas calças. Languidamente deitou-se sobre ele, a boca na altura de sua orelha, as mãos postas ao lado do corpo dele, apoiadas na cama.

– Vou te ensinar como um gato toma banho, homem morcego... – ronronou no ouvido dele, sugando o lóbulo da sua orelha e deslizando a língua da nuca ao ombro, beijando carinhosamente cada arranhão que causara ali.

Bruce deslizou os braços pela cama até cruzá-los acima da cabeça, completamente arrepiado e ela contornou com a língua cada um dos músculos ligeiramente contraídos dos braços fortes. Olhava matreira, vez por outra, para os olhos dele.
Ele podia sentir todo o corpo dela colado às suas costas e sentia-se enrijecer contra os lençóis macios da cama, o atrito que ambos causavam era de enlouquecer.
Selina desceu a língua por sua coluna e cravou os dentes em seu traseiro.

– Selina... – ele pronunciou, a voz grave, em tom de advertência. Tinha certeza que acabara de ganhar mais uma marca para lembrar daquela noite.
– Não resisti... – riu em tom desculpa, virando-o de frente para ela e sentou-se sobre seu abdômen.
As pernas dobradas de cada lado do corpo dele. Inclinou-se sobre ele, o traseiro ligeiramente levado acima, numa pose felina, uma tigresa com sua presa entre as patas, e mordeu os lábios dele para se apossar da boca dele em seguida.
Bruce enterrava os dedos na carne macia de suas coxas, tentando unir-se a ela que agilmente se esquivava deixando claro que a posse só ocorreria quando ela se fartasse de provocá-lo.
Dos lábios ela passou para seu pescoço e dali para o tórax alternando beijos com suaves mordidas, as mãos arranhando delicadamente cada pedaço de pele que alcançasse.
Moveu seu quadril para trás e guiou-o para si enquanto ele segurava seu traseiro firmemente deixando-a ditar seu ritmo.
Porém isso não durou muito tempo e sentou-se com ela em seu colo, ainda dentro dela, segurando os cabelos da sua nuca a fazendo expor seu pescoço onde ele afundou o rosto sorvendo e lambendo a pele até seus seios. Empurrou-a para trás, ficando sobre ela e impôs seu ritmo, estocadas profundas acelerando gradativamente.
Selina começou a arquejar e começar a gemer alto novamente. Colou a boca na dela misturando seus gemidos aos dela até cada espasmo se espalhar pelo corpo dos dois.
Descansou a cabeça ao lado da dela, ambos ofegantes. Selina o espiava com os olhos semicerrados e lábios entreabertos, saiu de cima dela, mas a manteve junto de si.
Ela se aconchegou e logo cochilou. Uma tigresa num instante, uma gatinha manhosa noutro.
Bruce fechou os olhos, mas não dormiu...


***

NC-17

- Oh, Olie!-Realmente Dinah se abalara, abraçou seu ex-namorado, tentando acalmá-lo. Começou a beijar-lhe os cabelos,e foi se aproximando de sua boca. Segurou-lhe o rosto com as duas mãos e concluiu o beijo. As línguas se encontraram em uma dança louca.

Oliver foi sendo aos poucos tomado pela paixão que sempre sentira por Lance. Iniciou a beijar-lhe o pescoço arrancando gemidos da moça, que quanto mais intensos o faziam descer mais. Quando se deu conta já lhe beijava o colo e com uma das mãos procurava retirar o um dos seios do espartilho. Finalmente conseguiu e foi direto de encontro ao mesmo, alternando em lambidas e chupadas no mamilo descoberto.

Dinah passou a mão por cima das calças do arqueiro e meio bêbada devido a quantidade de álcool que havia na saliva dele, começou a apertar o lugar onde estava mais rijo.

O louro terminou de arrancar o espartilho e atacou o outro seio da mesma forma, enquanto descrobria o resto do corpo da moça.

A mão de Dinah já se encontrava dentro das calças dele e massageava-lhe a masculinidade.

Lance sentiu a língua do Arqueiro explorando sua região sexual, seus gemidos aumentaram ainda mais e quando se deram conta, ela já estava por cima dele cavalgando-o até ficarem exauridos e cair por cima dele, quando finalmente adormeceram.

Naquele instante Bárbara havia tentado a ligação para ela, e então teve de chamar a Estelar...
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Capítulo 3

NC-17

A campainha tocou, Babs contrariada moveu as rodas de sua cadeira, saindo da frente do computador e indo até a porta. Havia um teclado que acionava uma câmera externa, adotara este sistema após ter sido baleada pelo Coringa. Apenas conseguiu ver um buquê de rosas Champagne. Como a pessoa que o carregava sabia exatamente onde esta o aparelho escondido? Ademais aquelas eram suas flores preferidas, logo podia ser uma armadilha ou alguém conhecido.

-Quem é?-Tentou pelo método antigo sem o apoio da tecnologia.

- Flores para aquela que tudo vê!

A voz estava disfarçada e a pessoa com certeza sabia quem ela era. Acionou, então uma arma de choques, mas o buquê continuou no mesmo lugar. Sentiu então mãos cobrindo seus olhos! O malandro entrara pela janela! Rapidamente agarrou os braços de quem lhe cobria os olhos e conseguiu joagá-lo por sobre a cadeira contra a porta. Após a trombanda, jogou-se sobre o corpo caído a fim de imobilizá-lo com um golpe nos nervos, mas desta vez foi interceptada.

Sentiu uma boca colando na sua, e antes que pudesse ver seu coração já sabia quem era. O jeito que sua língua invadia a sua boca e se movimentava era único. Sentiu então as possantes mãos masculinas alisar-lhes os seios e antes que pudesse objetar sentiu os botões da blusa sendo abertos. O sutiã foi afastado deixando livre as partes mais belas de seu corpo. A boca que outrora lhe beijara descera e grudara prazeirosamente em seus mamilos. Sem pressa o rapaz ficou muito tempo naquele carinho, se fosse possível ela teria tido orgamos śo com aquilo.

Ela sabia que havia sido penetrada, mas infelizmente não sentira devido a paralisia, contudo a sensação de amor correspondido já valia.

- Dick...

Pouco tempo depois ela terminaria com ele, por causa de paralisia, pois ela ainda não se aceitava.


terça-feira, 6 de julho de 2010

Amor Entre Dois Cloisers (NC-17)

por tedkort

Capítulo 1: Lusa


2004- Ano da entrada de Erica Durance(Lois Lane) em Smallville.


Priscila acabava de chegar da praia Porto de Galinhas, onde passara todo o dia de domingo, trazia sobre os ombros uma prancha de bodyboard. Morava no Bairro de Boa Viagem exatamente em um prédio em frente a praia, e ao invés de ir para casa resolveu olhar o por do sol.

Ironicamente olhou para os arrecifes que a impediam de praticar seu esporte predileto em frente de sua casa, em compensação eles protegiam os banhistas contra os temíveis tubarões tigre.

O arrebol já reluzia quando escutou uma voz a chamando.

- Lusa!

Ela olhou para o lado, e vinha um homem de aproximadamente uns ciquenta anos , contudo alto e sarado, olhos azuis, louro e sem nenhum cabelo branco, que também envergava uma prancha, só que de surf. Correu ao seu encontro e o abraçou.

Duas senhoras idosas viram a cena e começaram a fofocar:

- Que sem vergonha! Aquele homem tem idade de ser pai da menina e fica com esse assanhamento todo, não se enxerga...

O homem escutara aquilo, abriu a boca perplexo, nunca imaginara aquilo. Pensou em dirigir a palavra as alcoviteiras, mas Lusa, fora mais rápida do que ele.

- Vocês só falam isso porque não tem homem! Eu gosto muito dele, e não é por dinheiro, pois tenho imóveis no meu nome!- Disse isso e deu um selinho no homem.

As senhoras se levantaram do banco reclamando que a garota era desavergonhada e apressaram o passo para sair dali o mais rápido possível.

O surfista de meia idade limpou o local do beijo e reclamou com a garota:

- Querida para que isso? Nunca trocamos selinhos e agora você faz isso só para ofender as velhinas! Eu ia dizer a elas que sou seu pai, mas por que você quis manter na cabeça poluída delas a impressão errada?

- Por causa da Lois, pai. Ela é tão intrépida e não leva desaforos para casa...

- É tão intrépida que quase fez plástica com kriptonita, se não fosse o Clark para abrir o recipiente ela estaria mais furada do que pneu em borracharia...

- É mais tinha kriptonita e o Clark depois de abrir passou mau, e a Doutora Fine ia agredi-lo e se não fosse um chute certeiro da Lois estariam perdidos! E no final ela ainda derrubou o Clark na água... que cena!

Silas riu, não adiantava discutir com a sua filha viciada em Smallville, aliás, hábito que ele incutira nela. Abraçou-a e seguiram para o apartamento aonde moravam.

- Lusa tome jeito!

- Meu nome é Priscila, pai!

- Quem manda ser ruiva e ter olhos verdes? Vermelho e verde, as cores da bandeira portuguesa. Então é Lusa!


-Estou mais para russa!- Disse a jovem de dezessete anos, que apesar das pouquissímas sardas no rosto e pele alva, aguentava muito a exposição ao sol.

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2009


Lusa acabara de ler uma fic chamada "Making-Off " postada pela sua amiga de chat Barbarella. Ela se arrepiara toda ao ver como era fácil no mundo artístico poder confundir ficção com realidade, uma linda história de amor entre Tom e Erica. "Gulherme de Pádua matou a Daniela Perez porque confundiu também ficção com realidade... sai para lá pensamento ruim!O que importa é ser feliz sem causar infelicidade nos outros! Vou postar um baita elogio para minha amiga, mas depois tenho de estudar para a prova final da facul agora."

Silas entrou para cumprimentar a filha e dizer que ia sair.

- Pai, aonde vai tão bonito assim? Arranjou uma Lois?

- Trabalho, querida. Depois terá um Happy hour, aí quem sabe pode aparecer alguém. Só vim te dizer para não ir até o O' Higgins, pois será lá que estarei.

-Puxa, então é exatamente para lá que vou!- Pilheriou a garota.-Pode deixar, vou viajar neste final de semana para o interior de Pernambuco com o Pedro, vai haver um Raly. Vou aproveitar para conhecer uma amiga Cloiser, a Manu. Sério pai, tenho 22 anos, diz aí por que mamãe se separou de você? Nada do que você dizer abalara o amor que sinto por ambos.


-De novo essa conversa Lusa? Quando você irá parar?

-Quando um de vocês dois contarem?

Silas suspirou, "Lois, você está influenciado essa menina! Depois de ter conhecido a Lois da ED ela ficou ainda mais persistente!

- Ou você conta ou apareço no O' Higgins!

- Querida, está bem! Sua mãe se apaixonou por outra pessoa, e pediu divócio, simples assim.

- Você não deu motivos?

- Sei lá, vocês mulheres são uma confusão de hormônios, o que parece reto para a gente, sempre está torto para vocês! Sério, realmente não sei. Posso ir?

- Pode! Só mais uma pergunta!

Silas se preparou para o pior. "ED, não sei se te amo ou se te odeio..."

- A "confusão de hormônios" lá no O' Higgins é loira ou morena?

- Japonesa. - Silas sem querer entregara o que ia fazer a filha, como não havia mais nada a fazer resolveu se despedir-Kombawa, querida!

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Lusa usava um óculos escuro e ia deitada no banco do carona do jipe de teto removivél. Pedro, seu namorado, louro alto, uma versão piorada do Justin Hartley, ia cantando uma música do Capim Cubano, um grupo musical que fazia muito sucesso na Paraíba e em Pernambuco. Ele iria participar de uma etapa do Raly, mas a noite iam procurar um clube para dançarem forró.

O rapaz encarou sua namorada, ela era muito bonita! Magra, seios médios, cheia de curvas, nem parecia ter ascendência européia, e sim uma legítima brasileira.

-Lusa?

Priscila abriu os olhos e ronronou:

- Que foi P?

- Quando sai o resultado do concurso público que você fez? Ministério das Relações Exteriores?

- Agosto! Dá certinho. Em julho recebo o diploma de relações internacionais Universidade Federal de Pernambuco, tomarei posse em setembro.

- Já está contando com o ovo na cloaca da galinha?

-P, como diz a minha musa inspiradora,"Hello because it's me", eu me garanto.

-E como ficaremos?

- Não sei, você irá me visitar né?- Priscila ficou triste, porque em matéria de amor sempre saia machucada. Por isso resolvera acompanhar Pedro naquele raly, para poder falar com a amiga Emanuelle pessoalmente. Já ouvira as opiniões de Cris (Barbarella) por chat, mas Salvador ficava longe para poder expandir a conversa, então optara por Manu e aquela atividade esportiva caíra como uma luva.

Pedro não respondeu. Ele não entendia porque Priscila precisava tanto daquele emprego. Seu pai era riquíssimo, ela poderia ser uma Patricinha, mas ao invés disso ele é que era o Plínio, Mauricinho ou o que seja. " Só quero curtir a vida, meus pais já trabalharam por mim e por meus futuros filhos", pensou entristecido com a possibilidade de perder seu maior tesouro: Lusa.

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A noite no forró, Priscila e Emanuelle conversavam, enquanto Pedro pediu licença a namorada para dançar com uma "habiloc"(habitante local). Lusa, que confiava nele, permitiu, pois prcisava ter um momento para confabular com sua amiga cloiser.

Manu era muito divertida e espivitada e expressava suas opiniões sem o menor pudor ou desconforto. "Nossa, acho que ela faria o Dalai lama dançar forró com ela! Mas acho que ela está certa. Não temos futuro, Pedro e eu. Só que meu coração não aceita".

- Sai dessa, Pry.- Era bom de vez em quando ouvir uma sílaba do seu nome ao invés de Lusa, Manu o fizera porque talvez ela não soubesse seu apelido- Daqui a pouco você vai estar em Brasília com a vida toda mudada. Se ele não estiver ao seu lado outro estará. Você é tão especial quanto a Lois! Se ele quiser você, vai ter de se esforçar para te seguir, só não inventa de sustentar homem, por mais Oliver Queen que pareça!

Manu se retirou para ir ao bar pegar um refrigerante, mas no caminho foi abordada por Pedro.

- E aí gata, que falou para a Lusa?

Pelo cheiro emanado do hálito, notavasse que ele bebera além da conta.

- Nada, só papo de mulher.

Pedro tentou se insinuar mas foi imediatamente repelido pela Cloiser.

- Está saindo da linha rapaz. Só não te dou um tapa agora para não fazer escandalo. Vai para o teu hotel, pede um balde de gelo e senta nele pelado! E reze para eu não contar para a Pry.

Após aquela confusão, Manu já sabia que tipo de conselho devia dar à amiga...

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"Setembro, a data da divulgação do resultado foi adiada para setembro, exatamente para o mesmo dia em que será apresentado Savior! Espero que seja um bom sinal! Se tiver Lois, acredito que passarei, agora se ela continuar desaparecida acho que não passarei...", era o que Lusa acabara de postar no chat, esperava a resposta de Kyla.

"Puxa, que conecção lenta! Será que a distância de São Paulo a Recife influencia tanto assim?" pensava a ruiva ironizando.

Finalmente a resposta de Kyla chegou:

"Querida, fique tranquila, se depender disso já sei de alguns Spoilers favoráveis a gente! A Carol postou no site."

"Prefiro a surpreza Ky. Tanto no Savior quanto no concurso."

Kyla fingiu irritação na escrita e enviou a seguinte resposta:

"Então te condeno a ver a cena final de Réquiem umas dez vezes!"

Lusa ao ler aquilo caiu na risada. Sua amiga era divertida, esperava que se fosse realmente para Brasília pudesse fazer uns passeios até Sampa para conhecê-la. Sua experiência com a Manu mostrava que a galera era legal.

"Jamais, arranhei o DVD exatamente naquela cena!"

"Temos um amigo em Brasília, o Ted, mas parece que ele está indo para o Rio de Janeiro, é militar do Exército, mas quem sabe se ele não te apresenta alguém?"

"Não, obrigada, senão o Pedrão vai apresentar a ele o famoso gancho de canhota!Hi, olha quem entrou na linha! A famosíssima escritora de Crash!"

"E aí Abobrinha?" iniciou Kyla no teclado." Ansiosa para Savior?"

"Claro! Conheço Clark e Lois desde os filmes do Cris Reeves e Margot Kidner, amei o Dean e a Teri, e venero o Tom e a ED!"

Lusa quis fazer uma brincadeira com a nova interlocutora. " Aposto que você assistiu em loco o programa do George Reeve e da Lois da época também!"

"Só se foi a gravação do filme do Ben Aflec em que ele fazia o George, jurássica é você menina!"

"Puxa, desculpe!"

Kyla do outro lado do teclado ria à beça, pois sabia que o bom humor da sua amiga entitulada de Abobrinha jamais era afetado por trivialidades...

" Agora foi eu quem te peguei, Pri!"- digitando em seguida os símbolos de risada." É lógico que não estou chateada, posso perder a amiga mas não perco a piada! E o Pedro? Que vai acontecer se você for para Brasília?"

"Ele vai apresentar o gancho de canhota para o Ted"- digitou Kyla anexando várias risadas e o símbolo do Seu Madruga.


"Não sei, a Manu me aconselhou a partir para outra, mas o infeliz do meu coração não quer escutá-la."

"Bom, querida, encare assim, será uma nova fase na sua vida, talvez uma mudança de clana para clois, metaforicamente falando." Professorou a Cloiser de cor laranja.

Lusa mordeu os lábios, embora se esforçasse para agir como a Lois, nessas horas ela agia igual ao Clark. Se o Robin daquele seriado antigo do Batman a visse naquele momento falaria: "Santa Banana, Batman!".

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Savior fora maravilhoso! Clark sentindo falta da Lois! Não conseguindo treinar por causa dela, e a cena final com o Borrão! E que sonho era aquele? Lusa apostava que sua amiga Barbarella já iria fazer uma mixagem com aquilo.

Era hora! Digitou a página do Ministério das Relações Exteriores, tinha de ver o resultado! Conecção lenta outra vez, página carregada!

"Puxa, logo hoje! E ainda mais neste horário?" Já passava das 23:00 horas. Tentou ainda umas dez vezes e acabou por desistir. " Vou abrir meu e-mail".

Em sua caixa de mensagens viu uma enviada pela Barbarela. Imediatamente abriu, tinha uma foto anexada. Imprimiu-a e ao vê-la gritou muito alto.

Silas acordara com aquele berreiro foi ver o que afligia a filha. Entrou no quarto dela com um pijama de flanela e pantufas do snoopy. Lusa ao vê-lo riu ainda mais.

- Que pantufas ridículas, pai!

-Você não as tinha visto até então! Por que gritaste?

- Passei, pai! A Cris conseguiu descobrir por mim!

Naquela noite ambos se arrumaram e procuraram o restaurante mais caro para comemorar, mas como estava muito tarde acabaram parando numa lanchonete do Subway que funcionava 24 horas.
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" Cris, como você conseguiu fazer esta foto?"-iniciou Lusa no teclado.

Era uma foto com todo o elenco masculino de Smallville. Incluindo os antigos atores como Eric (Withenei da 1ª temporada), Jesson Ackles( o Jason da 4ª temporada e agora em Supernatural), Sam Jones (Pete Ross), Aaron Asmore(Jimmy Olsen), Sam Witwer (Davis Bloome), e os coadjuvantes Alan (AC) e os que faziam o Ciborgue e o Bart.

"Cris do céu, para variar o Ollie está sem camisa, assim como o AC! O Zod e o Clark Juntos sem brigar. Quem é este jovem louro do lado do Clark?"

"Olhe bem querida, é o John Schineider com vinte e poucos anos, o Jonathan Kent, só que a imagem foi retirada da série os Dukes de Razoard( ou algo assim)."

" Poxa, você esqueceu dos Luthor!"

"Do Jonh sim, porque ele assumiu que não gosta de mulher, mas olhe a direita do Tom."

"É o Michael, mas com cabelo! Assim eu não o tinha reconhecido!"

"Pois é, ele quis largar SV para cultivar suas madeixas, então, vamos homenageá-lo assim."

" Você devia se casar com o Stuart da Tess, aí iam ter uns Bill Gatezinhos como filhos."

"É faltou ele e o Emil, mas a idéia de casar com ele não é tão ruim assim." Símbolos de risada foram digitados. "Beijos, querida, vou sair. Salvador clama a minha presença!"

Lusa olhou a foto do elenco e em baixo estava escrito:" Seus servos de SV saúdam a mais nova integrante do Ministério das Relações Exteriores!"


Capítulo 2: Fio


2004- 15 dias antes da estréia do episódio Cruzada (o primeiro da Erica Durance) de Smallville


Philipe estudava legislação tributária, pois teria prova na Faculdade de Direito dali a três dias.
Sua esposa Solange e suas duas filhas, Dih de 4 anos, e Sofhia de 2 anos , tinham ido passar o fim de semana em Araruama, Região dos lagos do Estado do Rio de Janeiro, na cãs dos pais dela.

Phil ou Fio, apelido que ganhara quando foi a uma festa aniversário de um filho de um amigo do Banco do Brasil onde o filho deste o chamara de tio Fio, a partir daí todos do Banco passaram a chamá-lo assim, ademais havia um fato que corroborava, era muito magro; não quisera acompanhar porque não havia privacidade naquele ambiente, então arranjara a desculpa do estudo.

“Faz exatamente um mês que ela não me deixa tocá-la, e não vai ser dividindo um quarto com todos os irmãos dela, sobrinhos e nossas filhas é que irá acontecer! Ademais já a convidei várias vezes para conhecermos motéis da região, era só deixar as nenéns com a mãe dela, mas ela evita dizendo que tem de ajudar a mãe, e esta porque não sabe de nossos problemas conjugais também sempre a solicita.” Pensou Fio tristemente.

Ele amava a esposa, que conhecera em 1998 em um congresso de Bancos. Sol, como ele a chamava era da Caixa Econômica Federal e ele do Banco do Brasil, mas depois do nascimento da pequena Sophia, Solange mudara radicalmente, tornara uma pessoa agressiva e sempre que podia evitava o sexo.
Fio tinha 27 anos, e não entendia a razão de estar sendo sempre repelido, pois ela era apenas 1 ano mais velha do que ele, o que não justificava a falta de interesse. Tentara de tudo, conversa, brigas, marcou médicos, contudo ela sempre faltava às consultas, até que resolveu desistir. Passou a se dedicar mais às pequeninas, e para sua surpresa Sol nem se incomodou, pelo contrário parecia aliviada. A própria faculdade de Direito fora iniciado por causa dela.

“Você vai sempre chegar depois do trabalho e ficar brincando com as meninas? Não quer progredir? Vá fazer um mestrado ou uma nova graduação!”

“Puxa, parece que você não gosta de me ver em casa!” E ao notar a cara furiosa dela retirou o que dissera e prestara o vestibular.

Realmente não entendia o porquê daquilo, moravam no Leme, na cidade do Rio de Janeiro, em uma rua paralela a Avenida Atlântica, a poucos metros da praia, ambos tinham carros do ano, as filhas freqüentavam boas creches, então por qual motivo ela se transformara? Até os pais dele, moravam em Petrópolis, ou seja, nem a desculpa dos sogros que atrapalham ela tinha.

Já passavam das 18:00 horas quando ouviu um tilintar de chaves. Sol chegara, mas sem as garotas.

- Vista-se, vamos ao cinema!

Ele surpreendeu-se com aquilo, mas fez o que ela mandara. Solange queria ir ao Barra Shopping, mas por causa de um acidente de trânsito ele tivera de fazer um desvio e acabaram indo para o Botafogo Praia Shopping. Ao chegarem lá, contrariada por não ter ido à Barra, ela não quis ver filme algum e finalmente pronunciou:

- Você sempre estraga tudo! O casamento acabou!

Dois dias depois, viu-se sozinho no apartamento, começou a falhar no trabalho tendo sido chamado a atenção por seu chefe pela primeira vez em sete anos.

Inconformado procurou-a para conversar, mas só conseguia ver suas princesinhas. Sol nunca o recebia, somente sua mãe, e esta lhe era muito cordial e amável, achava que a filha estava passando por uma fase e depois retornaria a normalidade.

Três dias depois recebeu uma ligação de amigos dizendo que Sol estava saindo com outra pessoa. Mesmo assim disposto a perdoá-la ligou para ela chamando-a de volta, entretanto ouviu a frase que finalmente fez cair à ficha:

- Dê um tiro na cabeça e resolva o seu problema!

Pediu uma semana de folga no trabalho e foi para Penedo. A ex-colônia finlandesa no estado do Rio fez-lhe bem, mas foi ao assistir Cuzada a sua salvação.

Que linda atriz era aquela! Erica Durance! E que fantástica Lois, melhor que a da Teri!
Então tornou sagrado ver todas as terças-feiras na tv a cabo o programa. O episódio Fachada o levou ao delírio, pois quando ela ia se operada estava com uma roupa muito sensual e a cena final quando ela arremessa a bola de futebol americano e derruba o Clark na água, e o zoa para infortúnio de sua prima, foi de matar!

2006- 2 semanas antes de Carmim (episódio onde a Lois usa o batom de kriptonita vermelho)

Fio após o término de seu casamento entrara numa rotina compulsiva de malhação. Mudara-se para uma quitinete na Rua Bolívar em Copacabana e ao chegar do trabalho corria até a sede de regatas do Vasco da Gama na Lagoa Rodrigo de Freitas. Lá chegando, praticava uma hora e meia de remo.

De magricelo passara a sarado, atraindo a cobiça feminina, contudo com tanta atribuição no trabalho e nas competições não pensava em namoros, porque nos fins de semana ficava sempre com suas princesas.

Aguardava ansioso pelo episódio onde haveria diversos beijos Clois, pois no que o Clark se fantasiara de arqueiro verde não saciara a sua vontade, aquele beijo não valera!

A campainha tocou e ele foi atender a porta, era Solange!

- Vim conversar, sobre nós...

-Solange- nunca mais a chamara de Sol após a separação- quando você tomou em frente a decisão de partir, te disse que se você se arrependesse poderia ser tarde. Tu me disseste que ia correr o risco, não existe mais nós, existem apenas nossas filhas.

- Perdoa-me, fui precipitada....

- Está perdoada como pessoa, não guardo rancor, mas como esposa está morta para mim, tenho apenas amizade por ti e só.

- É pouco, quero mais....

-É tudo que te ofereço. Uma pergunta, se tivesse dado certo entre você e seu colega da Caixa, estaria batendo a minha porta de novo?

Solange se calou. A resposta era clara.

- Pois é, estou saindo para a aula de remo, se as meninas não precisam de nada no momento, então podemos conversar depois, está bem?

Ele saiu colocando o headfone no ouvido e se despediu:

-Tchau, Solange! Procure um esporte, ajuda a vencer esta solidão, ah, e veja Smallville, vai ter beijo Clois!

- Detesto malhar, e sou Clana. Tchau Fio.

“Realmente ela sempre fez questão de discordar em tudo comigo...”

Fevereiro de 2009- Rio de Janeiro

Fio fuçava seu computador em busca de informações sobre sua série predileta: Smallville, quando se deparou com o portalsmallvile, e dele acabou seguindo para o Cloisdefenders. Ao se registrar começou a compartilhar a leitura de fanfics, enquanto aguardava o reinício da 8ª temporada.

Seu tempo agora era dividido entre acessar o clois, remar na Lagoa Rodrigo de Freitas pelo Clube de Regatas Vasco da Gama, malhar, eventualmente conseguir uma namorada e principalmente assistir as pequenas Dih e Sophia, aliás elas tinham prioridade sobre quaisquer relacionamentos que aparecessem.

Um mês depois iniciou a temporada tão aguardada e se estendeu até junho. Frustrado com a morte de um dos personagens, mas feliz com a evolução do relacionamento entre Lois e Clark, foi trabalhar tranqüilamente na semana seguinte a Doomsday.

Ao chegar a sua mesa recebeu um recado para ir falar com o seu chefe. Imediatamente pegou o elevador e foi até o último andar. Entrou na ante-sala cumprimentou a lindíssima secretária e sentou no sofá aguardando ser chamado.

A bela secretária, uma mulata muito sensual, finalmente mandou-o entrar na sala da diretoria.

Nervoso, Fio obedeceu com um sorriso amarelo.

- Phillipe, e aí tudo em cima? Viu que o Flamengo ganhou o carioca!

- Chefe, não ligo para futebol, apenas remo no Vasco porque além de ser a sede náutica mais perto de casa, foi o mais em conta! Agora se o Sr quiser falar de fórmula 1...

- Na verdade, quero falar de uma transferência! Uma oportunidade! Ser o manda-chuva em uma agência em Brasília! No Ministério das Relações Exteriores.

- O Sr sabe que sou separado e minhas filhas não irão, acho que não posso ir.

-Pense bem rapaz, seu salário vai aumentar, vai poder pagar mais coisas para as pequeninas e finalmente vai poder tentar ter um relacionamento descente. Soube que sua mais velha sabotou os últimos três que arrumaste...

- Não foi bem assim, a Dih é só um pouquinho ciumenta, mas a culpa não foi dela! A Gaby não quis saber mais de mim, preferia um cara sem filhos.

- Ela te falou isso depois de dois meses? Conta outra! Bom, com seu salário vais poder viajar quase todos os finais de semanas para vê-las. E quem sabe até levá-las para as termas de Caldas Novas, o Hot Park é excelente! Pense bem, caso aceite terá de se apresentar lá no final de agosto!
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Agosto por causa daquela palavra uma música da Paula Toller passou a invadir sua mente quase diariamente: “ As entradas do meu rosto aparecem a cada ano sempre no mês de agosto...”

Desesperado, mas ciente que era uma ótima oportunidade profissional passou a procurar no cloisdefenders alguém que morasse em Brasília. Entrou em uma fanfic, e clicou no nome Solar, enviou então a seguinte personal mensage:

“Querida amiga Cloiser, estou indo para Brasília a trabalho, será que você conhece alguém por lá?Caso conheça pode me colocar em contato, preciso de informações...”

Resolveu esperar até o dia seguinte, pois estava indo remar.
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Após o trabalho e regressar da academia, abriu o cloisdefenders e viu que tinha uma mensagem.Era da Solar.

“Oi Fio, aliás que nome engraçado, mas ficou legal. Temos sim um amigo em Brasília, o Ted. Ele escreveu muitas fanfics, a que estou acompanhando agora é a :Em Busca por Harmon Rabb (crossover entre SV e Jag). Está legal, imagine a Lois de burca dando uma surra em uma samurai chinesa...”

“Lois de burca! Nunca! Só o David Nosferatu (marido da Erica) é quem devia usar burca! Bom deve ser alguma piada, vou ler a tal fic e aí analiso a personalidade do cara e vejo se vale ou não a pena entrar em contato com ele. Jag? Esta não é aquela série de advogados militares que passava ao meio dia no universal channel? Realmente tem muito em comum com SV, o cara levou nove temporadas para ficar com aquela mulher maravilhosa, será que o Clark bate este Record? Espero que não, porém já está em 6...”

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“ Olá Ted, sou do Banco do Brasil, e antes que você pare de ler minha mensagem, não estou te empurrado seguro, empréstimos ou qualquer serviços. É que estou indo para Brasília e preciso de dicas sobre a cidade e mais coisas. Sou do Rio de Janeiro, mas não torço por futebol, embora reme no Vasco.
Preciso saber preço de aluguéis, onde posso malhar, se a ABB daí presta ou se terei de me associar em outro Clube...”

Li aquela mensagem, e achei uma coincidência fenomenal. Ele viria para cá e eu iria para o Rio. Quem sabe poderíamos trocar informações?

Perguntei a ele quando ele chegava, me respondeu que no mês de novembro, pois conseguira um adiamento da transferência. Trocamos MSN e começamos a conversar on-line. Pedi que trocássemos nossos caderninhos pretos, mas ele me falou que era meio Henry Olsen com relação a descolar relacionamentos, que seu caderninho devia ter apenas uns três nomes. Ri, o meu também!

Fomos trocando informações até que a data de sua chegada se aproximasse.

“Qual foi a última fic que leste? Tinha uma fic muito legal da Kyla, mas ela cismou de trancar o Clark e a Lois no armário e não falou o que aconteceu por lá, aliás engraçadíssimos os seus comentários sobre a Lois quebrar os dentes mordendo a mão do Clark! Estou lendo uma da Emanuele, Tomérica.”

“ Eu li a do Guilherme, na qual ele deu um final mais digno ao Dr Swan.” Respondi.

“Leu fic de homem? O interessante é ler as fics femininas para poder saber o que se passa na cabeça delas!”

“Pode parecer piegas, mas Guilherme é o nome do meu irmão, então resolvi dar uma chance para o xará dele, e também adorava o Cris Reeves, foi uma boa fic! Quanto a entender a cabeça delas, esquece! No dia que alguém conseguir e publicar, vai virar best seller!” Caramba se a Abobrinha ler isso estou perdido, mas acho que foi uma personagem dela falou que mulheres são tão complicadas, vou ter de reler todas, descobrir quem foi para poder me defender.

“É, vai ganhar o Nobel de literatura! Elas dizem que somos todos iguais, então porque escolhem tanto?” Fio acrescentou várias risadinhas.

Estava nascendo uma nova amizade.

Capítulo 3: Brasília



2009, Praia de Boa Viagem, Recife, dia seguinte a Rabid.

Lusa e Manu estavam estiradas na areia sob suas cangas pegando um sol. Ambas estavam de biquíni e usavam óculos escuros.

- E então, Pri, ou melhor, Lusa, que você achou do episódio de ontem?-Emanuelle aprendera o apelido da amiga e agora não conseguia mais chamá-la de Priscila.

- Demais! Puxa o abraço na chuva! A foto da Lana saindo da carteira e indo para um álbum e o Clark segurando o braço da Lois quando ela tentou dar o tradicional soco, foi muito romântico!

- Também achei, mais a Lois bem que podia ter uma recaída pelo Oliver, na cena do elevador!- A pernambucana do interior era gamada no personagem do Justin Hartley, mais do que no do Tom Welling- e falando nele, aí vem a sua versão brasileira.

As duas moças se levantaram. Lusa foi até o rapaz e deu-lhe um selinho, já a outra jovem limitou-se a sorrir sem graça e falou:

-Lusa vou para água!

Priscila fez uma cara de espanto e gritou para a amiga que já se afastara correndo:

- Manu, volta! Os tubarões já estão passando dos arrecifes! É perigoso!

Pedro olhou a moça que se ia para o mar desconfortável e em seus pensamentos uma maldade surgiu: “ tomara que um deles a morda, assim ela vai para o hospital e não conta nada do que aconteceu no Forró!”

- Pedro, por favor, vá buscá-la! Ela é do interior, e faz tempo que não vem aqui. Acho que na última vez ainda não era tão perigoso!

Pedro queria ficar a sós com a namorada, mas ela cismara em convidar Emanuelle para passar seus últimos dias no Recife antes de ir para Brasília! “Saco!”-Pensou o loiro e saiu correndo atrás da amiga da Lusa.

Quando chegou até ela notou que esta apenas molhava os pés na água sem entrar e ao notá-lo disparou:

- Não falei nada para a Lusa, mas te aviso, se afaste dela, ou tome jeito! Ela não merece um cara irresponsável e galinha.

-Então não vai comentar nada com ela? E a lealdade entre amigas, aonde fica?

-Sei muito bem que quando estamos apaixonadas, não ouvimos ninguém, por mais certos que estejam, então poderia perder a amizade dela e você continuaria com a imagem imaculada, contudo a mentira tem pernas curtas!

Ele riu sarcástico:

-Pernas curtas? Tenho 1,89 m, não há jeito de eu ser mentiroso!

- Os dinossauros eram maiores e foram extintos por falta de inteligência!-Vociferou Manu voltando correndo para perto da amiga.


Aeroporto Internacional dos Guararapes, dia seguinte.


Silas abraçava a filha, lágrimas vinham aos seus olhos. Beijou-a na testa e deu-lhe uma caixinha. Lusa abriu a caixa e tinham umas chaves de automóvel.

- É seu querida, está estacionado no Aeroporto Juscelino kubstcheck. Honda civic prateado.

Lusa ficou grata, mas perplexa:

- Não tínhamos combinado que eu me viraria sozinha? É a grande aventura de conseguir minha independência!

- Meu amor, a Lois dormia no carro no início da 4ª temporada até o Clark a chamar para morar na fazenda!

Lusa sorriu não adiantava, seu pai sempre daria um jeito de convencê-la.

Avistou sua mãe e seu padrasto chegando, então foi até eles para se despedir. Depois tornou a falar com o pai:

-Cadê a Gueixa? Fez arakiri?

-Não, está preparando um sushi para logo mais. Olha lá a Emanuelle!

A futura funcionária do Ministério das relações Exteriores correu para se despedir da amiga.

- Pensei que já tivesse ido embora!

- Troquei a passagem para daqui à uma hora só para poder me despedir! Cadê seu namorado?

- Competição de rali, acho que não vai chegar a tempo.

“ Se Deus quiser, ele não chega a tempo!”-Pensou a moça interiorana.


Aeroporto JK, dois dias após Pandora.

Estava segurando com a mão direita uma plaquinha com a seguinte inscrição: “Fio”. Combinara com ele em levá-lo até o apart hotel e depois mais à noite iríamos até o Café Cancun. Havíamos apostado para ver quem seria o Jimmy Olsen da noite.Quem não descolasse uma paquera seria o “Henry”. Sinceramente, estava com medo de perder!

Na minha mão esquerda estava um caderninho preto, que teoricamente, tinha o nome de todas as mulheres que conhecia, mas na prática tinha apenas três nomes.

De repente um homem com uns cinco centímetros a mais do que eu me questionou:

- Ted?

Olhei-o espantado, e ao me ver ele teve a mesma reação. Também segurava um caderninho preto, mas ao nos vermos acabamos jogando nossos caderninhos pretos na lixeira. Ele era extremamente parecido comigo, com exceção dos cabelos ao estilo Lionel Luthor, ser mais alto, mais forte e um pouco mais novo. Tinha cabelos castanhos claros e olhos cor de mel, poderíamos nos passar por irmãos tranqüilamente.

-Acho que com essa aparência, as “possíveis vítimas” dos caderninhos terão um deja vu. É, sempre me falaram que eu tinha um rosto comum!-Comentou ele rindo.- Pensei que militar não pudesse ter barba?

- E não pode, tive uma perda recente, e relaxei da aparência. Aliais existe apenas uma família autorizada pelo imperador D Pedro II a usar barba se estiver no Exército, só que não pertenço a ela. Semana que vem vou tirá-la.

- Então já ganhei a aposta Ted.Você vai acabar sendo o Olsen da noite!

Consegui rir, o cara era simpático.

- Pode me chamar de André, Ted é só no Cloisdefenders.

-Está certo Ted! Como quiser, Ted! As ordens, Ted.

A piada era velha, típica de desenho animado ou de comédia pastelão, mas conseguiu me fazer ter um acesso de risos.

- Certo, prepare-se para ser o Olsen da noite, depois que eu tirar esse troço!

- Bom pelo menos matei uma curiosidade. Não preciso deixar a minha barba crescer para saber como ficaria, horrível!

Desatamos a rir novamente! A noite prometia...


Duas semanas depois

Lusa estava ouvindo White Snake que sua amiga Abobrinha lhe enviara por e-mail no seu MP3, e se dirigia a agência do Banco do Brasil do seu trabalho. Estava com raiva de ainda não ter recebido cheque especial e um Ourocard internacional.

Foi direto a mesa da atendente, contudo escutou a mesma resposta padrão que já ouvira há uma semana, teria direito apenas quando saísse do período de estágio probatório e fosse efetivada, ou seja só em janeiro! O chato é que precisava fazer compras, pois alugara um apartamento de dois quartos e queria mobiliá-lo.

- Se você não pode me ajudar chame alguém que possa! Seu superior, talvez!- Proferiu em tom calmo.

A moça se levantou e foi até um escritório fechado. Lusa viu então um homem de aproximadamente trinta e dois anos, vestindo um terno e gravata pretos, vindo em sua direção. Ela só pensava em resolver seu problema, então não reparara em mais nada.

Ele iniciou o mesmo “blá-blá-blá” padrão, e ela foi se irritando.

- Está certo, Sr?

-Phillipe.

- Este mal afamado cheque goiabinha do Banco do Brasil não serve nem como papel higiênico, estou precisando ou do cheque especial ou do cartão Ourocard, para já!

Fio ao contrário dela, reparara nela! Achara-a muito bonita, mas parecia um pouco arrogante. Uma ruiva de olhos verdes cuja pele não era daquela alvura que incomodava.

- Olha, o máximo que podemos fazer é te conceder um empréstimo consignado para dois meses neste valor.- Disse mostrando-lhe um papel- Contudo vou me arriscar e entender o prazo de pagamento para 4 meses, pois tenho certeza que você será efetivada!

Lusa detestou-o, pois ele estava sendo visto como a barreira entre ela e seu apartamento decorado.

- É White Snake, que estás escutando?

- É! Uma amiga me enviou. Vou aceitar sua proposta, mas não gostei! Quando a gente pega empréstimo sempre sai perdendo!

Fio iria lhe perguntar que amiga lhe mandara a música, mas com a grosseria da moça, qualquer tipo de conversa lúdica era impossível, seria só sobre negócios. Se tivesse escutado o nome da amiga dela, que também era sua, Abobrinha, ele a teria reconhecido do clois defenders.
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-Lusa, o Sr Ricardo está te chamando a sala.

Priscila balançou negativamente a cabeça, seu apelido a perseguiria para o resto de sua vida! Uma amiga a vira abrindo um e-mail de seu pai e notara o apelido, e aí começou a cordialidade entre mulheres, espalhou-se mais rápido do que incêndio no cerrado!

Ela entrou na sala do chefe, e aguardou ele levantar os olhos, pois estava analisando um documento. Ele era um mulato alto de cabelos lisos, atlético porque antes de passar no concurso público daquele ministério fora oficial do Corpo de Bombeiros e ainda cultivava o robby de esportes radicais, tinha uns 45 anos e uma fama de mulherengo, embora nenhuma de suas subordinadas diretas tivesse sido xavecada por ele.

- Srta Priscila, aliais posso chamá-la de Lusa?

Ela suspirou e respondeu:

- Pode né, todo mundo chama.

Ricardo Abrahão, que as empregadas adoravam fazer um anagrama com seu nome e chamá-lo de Ricardão, passou-lhe as instruções do que queria ver escrito no relatório e depois a dispensou.

Quando ela saiu, ele a acompanhou com o olhar, sabia que não devia cobiçar uma subordinada direta, mas aquela moça o tentava. Se ela trabalhasse em outro departamento seria mais fácil. Lembrou-se então de um caso que tivera com uma Tenente quando ainda era bombeiro.

“ – Ricardo, não vou tirar serviço no sábado.

- Querida, pela escala é a sua vez! Não posso fazer nada.

- Pode e vai, senão nos separamos.

-Já tenho te coberto muitas vezes e as pessoas estão começando a falar! Se parar no ouvido do Coronel que te protejo e com isso prejudico os outros, eu estarei perdido!

-Se vira!

Aquilo terminara com ele sendo punido por manipular a escala de serviço, ele acabou terminando com a Tenente e passou a estudar para concurso público.”

“ Posso estar fazendo outra besteira, mas essa pequena merece!”-Pensou ao retornar do flash back.


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Duas semanas depois, no midle season- Pátio Brasil Shopping- Brasília.

Fio enviara as passagens e recebera a visita de suas duas filhas para ficar apenas uma semana. Tinham de aproveitar o máximo. Fora ao shopping mais central da cidade e passeava com suas garotas.

- Pai, este Little é fêmea e é um esquilo!

Ele olhou para os bonecos, tão cabeçudos e olhudos que pareciam ter saído de um mangá japonês. Eram irreconhecíveis, contudo as meninas conseguiam.

-Como você sabe que é fêmea?

Dih aproveitou para ser bem irônica:

- Pelos cílios, dããããn.

Sophia, de 7 anos, tão riu alucinadamente que chamou a atenção de outras pessoas, inclusive de um casal que passava no outro lado da praça de alimentação, eram Lusa e Pedro.

-Por que está olhando para aquele cara com duas crianças?-Perguntou o Loiro ciumento. Ele havia chegado no dia anterior, iria participar de uma etapa de rali em Anápolis, a 50 Km de Brasília.

-Ele é um chato que manda na agência do Banco do Brasil, lá do meu trabalho. Ruim de jogo pacas, não quebra o galho de ninguém. Ouvi dizer que é separado e tem duas filhas.

- Ouviu?

- É, a fofoca corre solta naquele ambiente, parece que a mulherada ta no cio e quer saber a vida de tudo quanto é homem! Ainda bem que tenho você!

- É mesmo, ademais ele é um cara estragado, já tem filhos, quem ia querer?- Pedro assim acreditava estar enterrando uma “estaca de madeira naquele vampiro”.

Lusa olhou-o incrédula. Ela era filha de pais separados, e nem por isso sua mãe e seu pai tinham sidos extirpados da vida social. Sua mãe se casara, mesmo com uma filha e seu pai estava solteiro por opção.

- Pedro, não é por aí. Deixa meu pai saber que você pensa assim dele.

- Puxa, desculpa Lusa, me expressei mau...

Lusa ignorou as desculpas, apenas olhou para o “Chato do Banco do Brasil” com outros olhos, e viu um homem que valorizava suas filhas, assim como ela o fora por seu pai.

Capítulo IV: A Corsa, Os Lobos-Guará e o Herói.

Fio caminhava pelos corredores do Ministério das Relações Exteriores, acabava de convencer a um funcionário de alto grau de DAS a fazer um investimento valoroso, contudo seus pensamentos voltaram-se para a manhã anterior e duas consecutivas antes, pois a correntista Priscila o procurara para reclamar de ainda não ter recebido o cheque especial e nem seu ourocard.Ele poderia ter mandado uma funcionária recebê-la, mas não sabia porque ele mesmo o fazia, parecia até masoquismo.

Priscila o azucrinava, mas Phillipe apenas sorria calmamente, e aquilo a irritava mais, pois parecia que ele não a levava a sério. Contudo ela também sentia essa vontade esquisita de ir lá todo o dia para espezinhá-lo. A situação lembrava Lois e Clark na quarta temporada, onde o Kriptoniano também não parecia levar a futura Sra. Kent a sério, e apenas sorria. Teoricamente não havia motivos para ela ir até lá, pois já recebera o empréstimo consignado e pudera montar seu apartamento. Então, porque ia?

Phil escutou um assovio melodioso e reconheceu a melodia: “ Wind of change- do Scorpions”.

http://www.youtube.com/watch?v=0yQeSKa4RsU

Saiu do corredor e entrou na sala de onde vinha à canção. Tomou um susto ao ver uma linda moça ruiva de olhos verdes digitando no computador.

- Desculpe, Srta Priscila Paranhos, é que ouvi esta música e vim ver se a pessoa que estava escutando poderia gravar para mim...

Lusa levantou os olhos da tela e por um momento seus olhos verdes brilharam anormais, entretanto voltou a razão e falou com uma frieza quase cômica para o funcionário do Banco do Brasil.

- Gravo sim , vale o meu cheque especial e meu cartão!

Novamente Fio sorriu. “ Eita menina teimosa! Mas como é linda!”.

- É, então, infelizmente só daqui a um mês. Até logo, Srta Priscila.

Ricardo, que acabara de sair da sua sala, presenciou aquele diálogo e sorriu com a animosidade entre ambos, e traçou um plano com o qual mataria dois coelhos com uma cajadada. Teria uma oportunidade de ganhar Lusa e ainda ficar bem com o manda-chuva da agência do Banco do Brasil.

- Sr Phillipe e Lusa estão convidados para um churrasco no domingo na minha fazenda há uns 13 km de Brasília.-Convidou espalhafatosamente, e para não parecer suspeito voltou-se para os demais presentes e os convidou também.

“Lusa? Que apelido mais sem sentido, contudo se ela gostar e eu tiver oportunidade usarei.” Pensou Fio.

- Domingo, Sr Ricardo é dia de remar na ABB, vou ter que declinar!

- Bobagem rapaz, tem um rio lá e pode remar nele!-“Que ótimo, vai sair melhor do que planejei, ele enche o saco dela depois se afasta e eu aproveito!”

Fio sorriu e anuiu:

-Sendo assim, conte comigo!

Lusa estranhou porque se sentira decepcionada quando Phil declinara, e mais confusa ficou com a alegria que brotou quando ele aceitou. O que estava acontecendo? Ela tina namorado, então não devia ser nada...

Voltou para seu computador após os dois homens se retirarem e respondeu a mensagem do MSN.

“ Muito obrigada, Abobrinha, pelas músicas do Scorpion. “Wind of change” fez sucesso!”- Ao digitar isso olhou para a porta por onde Fio saíra e suspirou.

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“Solar, amanhã tenho uma festa do trabalho em uma fazenda, não quero me mostrar muito para não parecer vulgar, mas com que roupas eu vou? Levo maiô ou biquíni?”. Lusa estava em casa e conversava com a amiga Solar, a única on-line as 23:30 horas.

“Fazenda? Vai andar de cavalo? Se for, calças jeans folgadas. Se for entrar no rio que seja de maiô, pois a turma do trabalho deve ser pior do que turma de 2º grau, só estão esperando uma oportunidade para zoar, celulite daqui, celulite dali...”

Lusa riu, as vezes a menina Solar parecia mais madura do que ela! Estava correta. Enquanto não estivesse em ambiente onde só houvesse amigos, tinha de esquecer os hábitos praianos. Optou por um jeans azul claro, camisa social xadrez com botões e um chapéu de caubói que ganhara da amiga Manu.

Escovou os dentes e foi dormir. Mas antes de conseguir adormecer pensou se teria oportunidade de aprender a remar...

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Ricardo deixou seus peões fazendo o churrasco, enquanto montava a cavalo com a turma do escritório. Sorriu ao ver Lusa entre eles. Ela montava a égua chamada Sonora, o mais lido animal da fazenda.

Seu plano parecia correr bem, pois Phillipe ficara muito agradecido pelo convite, afinal por ser separado e estar sozinho, não precisaria cozinhar naquele dia. E ainda Lusa trocara algumas farpas com ele sobre um cartão ou coisa assim. O ex-bombeiro aparecera como herói levando o funcionário do Banco do Brasil ao rio para que ele pudesse remar. ”Pronto ambos ficaria felizes com minha atitude!”

O grupo era composto por três cavaleiros e duas amazonas, então o dono daquelas terras levou-os até uma encruzilhada e propôs que se dividissem e adivinha quem ele escolheu para ficar com ele? Lusa.

A moça começou a sentir desconforto com aquela situação e golpeou Sonora o mais rápido que pôde para se afastar, enquanto o ex-capitão passava as instruções para os demais sobre o caminho a percorrer.

Quando voltou sua atenção para a ruiva, notou que ele galopara na frente. Chateado tentou segui-la.

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Fio colocou seu caiaque naquele rio. Haviam algumas pedras contudo nada que o impedisse de treinar. Tirou as roupa ficando apenas de sunga, camiseta e boné. Equilibrou-se no barco e começou a remar...

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Lusa percebeu a intenção de Ricardo, então galopou a toda velocidade para frente. Outra encruzilhada surgiu. Para que não fosse seguida pelo chefe decidiu ir pelo matagal.

“Vou mais próxima ao rio, pois aí não me perderei, será só seguí-lo no sentido oposto quando quiser voltar.”

Sonora era uma bela égua, da raça apalusa, de cor branca e de temperamento calmo, deixando-se facilmente conduzir pela moça.

Lusa perdeu a noção do tempo, galopar era tão gostoso! De repente Sonora empinou e ela caiu. Ao olhar em volta compreendeu o que acontecera. Alguém estava fazendo uma queimada e ela estava cercada.

- Sonora!-chamou inutilmente, pois o animal fugira.

O fogo se aproximava....

Ricardo estava na segunda encruzilhada. Apeara de seu garanhão negro e procurava rastros de Sonora e Lusa.

“ Puxa, ela não foi pela estrada, não vejo pegadas!”

De longe avistou sinais de fumaça, mas não ficou preocupado, porque só pensava na moça ruiva.

“Que posso fazer se um dos meus arrendatários resolveu fazer uma queimada? Rescindir o contrato e deixar de ganhar grana? Como bombeiro deveria, mas deixei de sê-lo, então não é problema meu! Onde estará a princesa?”

De repente Sonora surgiu correndo pelo meio da vegetação, mas sem Lusa. Ricardo tentou voltar até seu cavalo, só que este acompanhou a égua na correria, deixando-o a pé.

- Dom Juan volte! Não é hora de namorar!Sonora! Sonora!

Parecia uma Lei de Murphy, o Ricardão fora deixado na mão pelo Dom Juan que saiu para paquerar e por isso Lusa corria perigo...

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Fio já havia remado por cerca de meia hora e resolvera voltar. Como havia seguido contra a correnteza na ida o retorno seria “mamão com açúcar”.

Aproveitava certos instantes para observar a natureza. Vegetação rasteira, árvores retorcidas, e um casal de tucanos sobrevoou o rio. O cerrado era um bioma muito interessante.

-Sonora!

Ouvira aquela voz vinda a alguns metros da margem esquerda do rio, contudo entre o emitente e o curso d’água havia chamas!

Enfiou o remo até tocar o fundo do rio e com uma força descomunal fez o caiaque girar 90 º graus indo bater na margem. Pulou na água molhando-se completamente e depois de sair pegou sua embarcação e a utilizou como escudo partindo em direção as chamas.

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-Sonora!- Gemeu Priscila. A fumaça entoxicante a fazia tossir. Sentia falta de oxigênio e já sentia os efeitos do excesso de gás carbônico, começou a ver coisas.
Um enorme lagarto vermelho com pernas humanas cruzou a muralha de fogo indo à sua direção. Ela tentou gritar, mas apenas conseguiu desmaiar.

Fio baixou o caiaque e levou a mão aos cabelos, alguns deles incendiavam, aí não exitou, retirou de seu canivete a lâmina de faca de os cortou.

Ao avistar Lusa, ficou estático por apenas um segundo, pois a última pessoa que queria ter visto em apuros seria ela!

“Tenho de usar o caiaque de escudo de novo para passar pelas chamas. Mas como segurá-lo com Priscila desacordada?”

Olhou para o canivete suíço e teve uma idéia. Cortaria as roupas da moça transformando-as em cordas e a amarraria ao caiaque. Tinha de rápido, e sem vacilar iniciou a despi-la e destroçar as peças. Naquele momento nem percebera que Lusa usava um maiô, conforme aconselhado pela Solar, por baixo das vestimentas.

Levantou-a amarrada ao caiaque com muita dificuldade, porque também já sentia o efeito dos gases intoxicantes. E avançou contra a parede de fogo.

Caiu no rio e o barco virou deixando Lusa contra o espelho d’água. Mais uma vez tinha de ser rápido pois a moça desacordada poderia respirar água e morrer afogada.

Finalmente a colocou do outro lado do rio e a examinou. Não respirava! Baixou seu ouvido ao tórax e também não escutara o coração. Iniciou então quatro massagens cardíacas seguida de uma respiração boca a boca.

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Ricardo viu a cena de longe, seu treinamento de bombeiro indicava que a moça estava sem respirar, rapidamente atravessou o rio e correu em direção ao casal.

Lusa já começava a tossir e ameaçava abrir os olhos. Se o fizesse e o funcionário do Banco do Brasil estivesse ali, ele é quem seria o herói, e todo o seu investimento teria sido perdido. Analisou se valeria à pena perder um amigo importante no banco em que era correntista para tentar ficar com a moça e por fim se decidiu.

- Largue dela seu tarado!- Disse isso e socou Fio, que surpreso não se defendeu levando um soco direto no olho.

Lusa já se recuperara e presenciara os gritos e o soco. Custava a acreditar que o gentil e "travado" funcionário do Banco do Brasil fosse um depravado, mas ao se ver apenas de maiô, começou a crer.

Fio levantou-se iria reagir, mas ao ver que o ex-capitão puxara uma 9 mm teve de sair correndo.

- Você está enganado eu a salvei do fogo!

Ricardo abraçou-a e a levantou:

- Vamos para a fazenda daqui a pouco chamo a polícia.- Na verdade não poderia, a não ser que quisesse ter problemas com o IBAMA pela queima realizada pelos arrendatários de suas terras.

Lusa confusa olhou em volta e viu um caiaque vermelho semi-destruído e suas roupas em tiras parecendo cordas...

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Na segunda-feira seguinte, Lusa foi até o Banco do Brasil, precisava saber o que acontecera! Ricardo a contara uma história, contudo não acreditara naquela versão, tanto é que assim que melhorara retornou imediatamente a sua casa sem falar com seu chefe.

- O Sr Phillipe, por favor.- Solicitou a uma das atendentes.

- Ele não veio. Parece que sofreu umas queimaduras, e recebeu ordens de convalescer em casa.

- Você sabe onde ele mora?

- Sei, mas não posso te dizer, política do banco. Aliais seu cartão chegou, bem como seu cheque especial.

-Isso não me importa agora! Queria mandar flores! Acho que ele me salvou de um incêndio!- E acabou contando à funcionária o que acontecera com ela.

- Vou ligar para ele, mas não posso te dar o endereço- disse em tom alto para que todos escutassem, mas ao mesmo tempo deixou cair um papelzinho no chão e arqueando as sobrancelhas e por fim se afastou.

Lusa pegou o papel e discretamente saiu.

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Fio tremia de febre, as queimaduras em seu corpo ardiam. Passara o restante do fim de semana tomando antiinflamatórios para aliviar a dor.

A campainha tocou. Ele abriu a porta e viu, era Lusa!

Estava sem camisa, mas diferentemente do Oliver Queen no episódio Crison ( o da apresentação da Canário Negro), não estava nada sedutor e sim digno de pena. O olho roxo acentuava ainda mais aquela impressão.
- Meu Deus!-Priscila se espantou com as queimaduras nas costas do rapaz.-Você está bem?

- Mais ou menos. O que veio fazer na casa do cara que quase a violentou?

- Foi isso que aconteceu? Acho que não! Lembro-me de um dinossauro vermelho com pernas humanas, achei que era delírio, mas era você usando seu caiaque como escudo, não?

A resposta foi um sorriso dolorido.

- Não estou bem, Srta Paranhos. Preciso deitar. Pode voltar outra hora?

- É Lusa. Tem alguém para cuidar de você aqui?

- Sou grandinho, eu me viro.

- Vou te pagar o favor, você cuidou de mim e agora farei o mesmo.

- Você me deve, então, é um caiaque novo. O dinossauro vermelho virou churrasco. Assim que seu cartão chegar é claro!

- Já chegou, mas não pense que se livrou de mim ainda, tem muitos investimentos para me aconselhar.

Fio gemeu de dor e quase caiu. Lusa o amparou e o levou para a cama. Colocou a mão na testa dele e viu que ardia em febre. Imediatamente preparou um banho frio e o conduziu, depois fê-lo tomar um antitérmico. A noite de enfermeira apenas começara...

Recife, dois dias depois.

Emanuele caminhava com Pepo pela praia de Boa Viagem. Ela estava passando as férias na casa da Lusa, aliais ocupando o quarto desta. Silas permitira porque quase não ficava em casa depois que começara a namorar Kay Mizuko, e alguém precisava cuidar do labrador chocolate. A única condição que colocara foi a de que ela não fizesse festas e nem trouxesse pessoas desconhecidas para casa.

Manu sorriu ao se lembrar do seu primeiro encontro com o cão. Ele era enorme e abanava o rabo violentamente, “cruzes,” pensara na época, “ dentro de um apartamento este godzila canino deve parecer um rinoceronte raivoso solto em uma loja de cristais!” Contudo Pepo havia sido cão guia de cegos por anos e tinha um comportamento excelente. Apenas era um pouco carente demais para o gosto da moça! “Não dou conta da carência nem dos cachorros de duas patas , quem dirá de quatro patas!”

A pernambucana do interior escondeu o sorriso ao passar por uma conhecida dupla de jogadores de vôlei de areia, porque estes ao vê-la com o cão guia e óculos escuros pensaram que se tratava de uma deficiente visual e não se importaram em trocar as roupas naquele canto desolado da praia.

De repente Manu estacou e falou pare. Pepo obedeceu ao comando. Fingindo-se de cega, passou a observar e a sua frente estava Pedro. Este beijava uma morena totalmente tatuada. “Credo, que baranga!Coitada da Lusa!”

A noite entrou no Chat do cloisdefenders e estavam on-line: Abobrinha, Solar e Lusa. Precisava falar com alguém mais experiente e que não fosse Priscila.

Enviou uma mensagem MSN reservada para Solar com o seguinte texto: “Sol, querida, distraia a Lusa enquanto falo reservadamente com a Fal.”

Solar apesar de possuir uma curiosidade estratosférica, anuiu sem perguntas, talvez tivesse entendido a gravidade do assunto.

“ Fal, vi o Pedro, namorado da Lusa com uma mulher que parecia mais um jornal de tão tatuada que era. Acho que aquela cantora Amy é menos feia do que ela!”

“Manu, não podemos contar de sopetão assim para a Priscila...”

“Sei disso. Certa vez, duas de minhas amigas, Ludmila e Tamiris, que brigaram por causa disso. Ludmila viu o namorado da Tam com uma qualquer. Lud contou para ela e advinha o que aconteceu?”

“ Já sei, ela não acreditou, não é?”

“Isso, e o pior é que a Lud achou que ela queria acabar com o namoro para que Tam ficasse com seu namorado! Eu entrei de gaiata nessa história tentando apartar a briga das duas amigas, e quase fico inimiga de ambas.”

“ O pior tolo é aquele que aprende com seus próprios erro. Otto Von Bismark, 1º ministro do Kaiser Guilherme II, da Alemanha.”

“Caracas amiga! Você é um poço de cultura útil e inútil.” Símbolos de risadas foram acrescentados. “ Fal, o cara é um canalha! Deu em cima de mim em uma festa, e agora está aprontando de novo! Que faço?”

“Provas irrefutáveis, querida! Seu celular tira foto? Você me envia que eu preparo a Lusa e mostro.”

Manu sorriu e enquanto digitava ouviu um ganido baixinho. Pepo estava aos seus pés querendo carinho...

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Brasília, no dia seguinte...

Lusa ao chegar no seu escritório encontrou um buquê de rosas da cor champagne sobre sua mesa, e um bilhete em que estava escrita apenas a palavra “obrigado”.

Do lado um envelope fechado. Ela abriu e era o seu Ourocard. Ela sorriu, mas lembrou-se que ainda namorava Pedro. Só não tinha mais certeza se o amava. Precisava de um tempo para por seus sentimentos em ordem.

Lembrou-se do papo que tivera com Solar na noite anterior e estranhou ter sido ignorada por Manu e Fal. Queria perguntar a primeira como iam as coisas em casa, e com a segunda adorava ouvi-la soltar piadas sobre a vida.

“Sol, veja o que aconteceu comigo...” descreveu todo o episódio da Fazenda.

“ O que você fez depois? Acho que o cara a salvou! A prova é o caiaque vermelho, da mesma cor do dragão que você pensou ter visto quando alucinava! Não faz o menor sentido você ainda estar de maiô se ele fosse um tarado ou coisa pior. Ele teve todo o tempo do mundo para despi-la se quisesse! Suas roupas foram utilizadas como amarras! Afinal ele não tinha corda no caiaque, não é?”

“Não entendi a reação do Ricardo! Por que o acusou e socou, então?”

“Depois eu é que sou a adolescente ingênua! O cara está a fim de você, Helo!O que aconteceu entre vocês quando deste uma de enfermeira? E como ele é?”

“ Nada, tenho namorado! E respeito esta relação, embora esse cara me deixe meio confusa... agora se ele não estivesse chamuscado poderia dizer que tem um corpão! No dia seguinte fui para a minha casa, dormi no sofá da sala dele.”

“ É o salvamento dele foi estilo Jimmy Olsen quando se passou por agente secreto para salvar a Chloe. Conseguiu mas terminou estropiado...”

“Clarks e Olivers só existem nas fanfics, o mundo está cheio de pessoas normais...”

- Desculpe, com licença?- Lusa voltou ao presente e olhou para quem a chamara. Era Phillipe!

- O que aconteceu com a sua cabeleira?

- Tive de cortar, parte dela virou churrasco. Passei aqui apenas para lhe agradecer e reafirmar que nada fiz a não ser tentar te ressuscitar.

- Sendo assim estamos quites.-Falou em tom ameno, quase carinhoso.

- E seu cartão está aí, vejo que o pegou.

Naquele instante Ricardo entrou. Lusa lembrou do que a “ingênua” Solar lhe dissera: “o cara está a fim de você!”

Fingindo não ver seu chefe, beijou Fio. Este espantado não fechou os olhos, mas dois segundos depois começou a retribuir.

Ricardo constrangido saiu em seguida. Lusa interrompeu o beijo e disse:

- Desculpa, não foi um beijo de verdade, foi apenas para vingar você. Tenho namorado.

Decepcionado e sem entender o que se passara, Fio aceitou as desculpas e com um sorriso murcho saiu.

“Não foi um beijo de verdade”... Lusa forçava-se a acreditar naquilo que dissera, porém se aquele fosse o caso porque sentira um calor descomunal?

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Recife, naquela tarde.

Manu “disfarçada de cega” caminhava com Pepo para o local onde avistar o Playboy Pedro. Durante a ida recebera vários tipos de cantadas que iam desde a tradicional para quem estava acompanhada de cachorro como ela: “Qual o telefone do cochorrinho?”. Até as mais inusitadas como: “ Sou do Cannel Club, e tenho a honra de lhe informar que seu Labrador ganhou o primeiro lugar e seu prêmio é um jantar comigo no restaurante mais caro do Recife!” Se não estivesse em missão para salvar sua amiga, poderia pensar em ceder a alguma daquelas.

Lá estavam Pedro e a tatuada. Precisava esperar o momento certo, tinha de ser foto de beijo na boca, de outro modo Lusa não acreditaria.

“Pronto consegui!” –Manu não percebera, mas falara ao invés de apenas pensar. Pedro a viu e reconheceu, deixou a tatuada de lado e partiu para cima da morena.

- Apaga esta porcaria! –E ao segurar forte no braço da moça, esta soltou um “ai”, o que foi um sinal para Pepo. O pacífico Labrador pulou sobre o rapaz imobilizando-o.

Isto deu tempo para Manu enviar a foto para o e-mail da Abobrinha.

- Ai, como me perco com a tecnologia! Sem querer apaguei a foto!- Emanuele colocou todo o seu poder de interpretação e chorou convincentemente.

Pedro já solto pelo cão sorriu e ameaçou:

-Se tentar isso de novo, vai sofre as conseqüências! É mesmo uma analfabeta do interior...
Simulando tristeza ainda, a morena segurou a raiva e pensou ironicamente:

“ Você é quem vai se dar mal, otário!”
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Fal enviou uma mensagem privada para Lusa, pedindo que ela urgentemente entrasse em contato com ela.

Após prepará-la bem enviou a foto.

Lusa ao receber a foto, ao invés de chorar ou se decepcionar, ficou aliviada.

“Fal, muito obrigada! O que faço agora?” E contou tudo o que passara até então...

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Pedro recebeu o fora por telefone. Ele estranhou a reação da ex-namorada. Esperava uma moça furiosa, com muita raiva, contudo Priscila agira calma e até lhe desejara boa sorte.

Algo não estava certo naquilo! Primeiro iria atrás dela resgatar o seu tesouro, depois quando regressasse, procuraria a “interiorana encrenqueira” e lhe daria uma lição.

Aeroporto internacional de Guarulhos- Guarulhos –SP

Solar dirigiu-se até uma cafeteria no Salão de Embarque. Pediu a atendente um pão de queijo e um suco de laranja. Aguardou uns minutos até ser servida e começou a retornar para junto de seus familiares, entretanto no meio do caminho aconteceu um choque. Um rapaz louro, muito alto de aproximadamente 25 anos sem querer esbarrou nela derrubando o lanche recém comprado.

- Desculpe!- Disse o homem.- Não te vi! Deixe-me repor tudo!

- Não é necessário- mentiu a moça pois estava doida para comer o pão de queijo.- Pelo seu sotaque você é nordestino.

- Nordestino não, pernambucano.

- Ué, Pernambuco não fica no nordeste?

- É o nordeste que tem a honra de ter Pernambuco como hóspede.

Solar riu do ufanismo do louro e entre sorrisos perguntou:

- Você está indo para onde?

- Brasília. Vou ver minha namorada, que trabalha num ministério de lá!

- Legal, estou indo para Fortaleza, ouvi falar da praia de Jeriquaquara como sendo uma das melhores do País.

- Se tirar Pernambuco do Brasil você pode estar até certa. Até Boa Viagem com tubarões ganha do Ceará. Como é seu nome?

- Carol, mas meu apelido é Solar. E o seu?

-Pedro.

- Conhece as praias de lá?

- Compito em rali, e já estive por quase todo o litoral nordestino.

O rapaz comprou-lhe o pão de queijo e o suco de laranja derrubados, e ainda lhe deu um adicional: uma caixa de bombom com licor e um cartão.

- Sei que é muito nova ainda, mas daqui uns 4 anos nossa diferença de idade sumirá, e aí se estivermos sem namorados, me ligue.-Disse voltando-se de costas e começou a caminhar para o portão de embarque para Brasília.

“Abusado!” Pensou: “de onde conheço esse rapaz?”

Já embarcada no avião, escutou a ordem de desligar os celulares e de repente teve o que a psicologia chama de “insight”: “aquele abusado era o namorado da Lusa! E está indo atrás dela, e ela me avisou que terminou com ele. Puxa, o cara não se mancou!”

Carol pegou seu aparelho e começou a discar, contudo uma aeromoça pediu-lhe educadamente que o desligasse.

“Droga, espero que de tempo para avisar, quando chegar!”

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Lusa fora na agência atrás de Fio, contudo o moço diferentemente das demais vezes não se dispôs a falar com ela. Contudo Priscila era igual a Lois Lane, não desistia fácil do que queria!

Então às 20:00 horas, foi até o apartamento dele e tocou a campainha.

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Phillipe tinha acabado de chegar da academia, estava suado e tinha começado a se hidratar, ouviu o sinal, foi até a porta e pediu uns minutos a pessoa que tocara, mas sem se preocupar em olhar pelo olho mágico.

Correu para o banheiro e tomou uma ducha hiper-rápida, colocou então uma camisa branca sobre o corpo molhado e uma bermuda preta, calçou sandálias de couro e foi atender a porta.

Quando abriu se surpreendeu, era Priscila.

- Oi, vim até aqui para explicar sobre o que aconteceu ontem.-Lusa observou-o bem, a camisa branca molhada grudara pelo corpo dele ficando transparente em alguns pontos e ela pode notar o corpo sarado ele tinha, diferentemente daquela vez que o vira combalido agora começou a sentir uma atração incrível.

- Beijo e fuga, parece até uma cena de Smallville ...

- Você assiste Smallville?

- Adoro a série. Por que você acha boba?

- Posso entrar?

Phillipe pediu desculpas pela indelicadeza e a conduziu até o sofá e ele se sentou em uma poltrona lateral.

- Sobre Small, adoro tanto que faço parte de um fórum criado por umas amigas onde discutimos sobre a série.

- Puxa, que coincidência! Também participo de um fórum assim, mas comento pouco porque a maioria dos participantes é mulher.

- Só falta você me dizer que se trata do Cloisdefender!

O rapaz fez uma cara de espanto e gaguejando falou:

-Então não falta.

Lusa começou a acreditar que ele mentia para agradá-la, então para comprovar a veracidade das informações começou a fazer perguntas.

- Crash, foi a Abobrinha quem escreveu, Lois cuida de um Clark desmemoriado e termina com o Oliver explodindo, mas naturalmente ele sai do carro na última hora. É a mulherada daquele site não permitira que o Oliver morresse.

- Fala sério!-Lusa embora adorasse o Arqueiro Verde, já estava com sua cota de louros preenchida- O Justin é lindo, mas prefiro o Tom.

- Já eu prefiro o Jerry!-Ao dizer isso Fio provocou na moça um ataque de risadas, e como ela não parava foi até a cozinha pegar um copo d’água e acabou sentando-se ao lado dela, forçando-a a beber para ver se parava aquele “piti”.
Ela após beber apoiou a cabeça no peito dele e ficou assim até que a vontade de rir passasse de vez.

- Ah, e tem aquela história da Kyla em que ela trancou o Clark e a Lois em um armário e não falou o que aconteceu lá dentro.- Continuou Fio.

Lusa levantou o rosto e olhou firme nos olhos cor de mel dele e falou:

- E você não faz a menor idéia do que aconteceu lá?-A voz dela soava num misto ente seriedade e malícia.

O bancário engoliu em seco e fitou aquelas duas esmeraldas, e sentiu que já não controlava mais seu corpo, assim como o Clark falara para Chloe que não pudera se conter e beijara Lois, ele acabou fazendo o mesmo.

O choque de línguas buscando um espaço na boca alheia, dançando frenéticas, davam aos dois um prazer colossal.

Ele queria respeitá-la, não ser ousado naquele primeiro momento a sós, contudo seu corpo não obedecia a sua razão. Suas mãos começaram a deslizar pelas partes exteriores das coxas de Lusa, protegidas por uma calça jeans. Subiam e desciam varagarosamente fazendo uma pressão de baixa intensidade. Lusa por sua vez insistia nos beijos prazerosos, mas não opunha impedimentos aos avanços de Fio. Finalmente quando as mãos descera até os joelhos, circundaram-nos indo para a parte interna das pernas.

Lusa gemia quando as sentia subindo em direção a sua virilha, entretanto teimosamente elas chegavam perto, mas não a tocavam aonde ela queria. Percebeu que ele queria enlouquecê-la, e resolveu fazer o mesmo.Suavemente passou a mão por sobre a bermuda dele e sentiu o quanto ele estava exitado, mas não fez a menor pressão.

Fio respondeu com apenas um dedinho mindinho encostando em sua feminilidade.

Priscila passou a mão pela barriga dele e invadiu a bermuda, contudo para se vingar foi para o lado onde não estava o instrumento do carioca e beliscou-lhe a coxa.

Finalmente perderam a paciência com “aqueles joguinhos”, e começaram a despirem-se mutuamente. Sem perder tempo Fio desceu beijando-a pelo pescoço e se concentro nos seios. Juntou-os com as mãos e se alternou chupando-os. Priscila gemia de prazer, quando sentia os dentes dele apenas segurando seus mamilos enquanto a língua dançava em seus topos.

Ele então largou-os e desceu ainda mais indo de encontro a feminilidade dela e ficou beijando e lambendo. Lusa não queria mais aquele tipo de carinho, queria-o dentro de si, todavia ele teimava em não sair dali, e acabou ficando tanto tempo até que ela explodiu em um orgasmo.

Então ela ainda desfalecida resolveu fazer o mesmo por ele. Finalmente ele não se agüentou, levantou-se, procurou e colocou um preservativo e a penetrou.

Aquela cena ainda ocorreria mais umas três vezes naquela noite...

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Pedro tocava a campainha do apartamento da Lusa. Ninguém atendia! Ela não estava em casa!

Sentou-se próximo a porta e resolveu esperar, e saiu apenas quando um dos vizinhos ao chegar de uma noitada e ao vê-lo ameaçou chamar a polícia ,pois não o conhecia. Pedro explicou quem era e o porquê de estar lá, mas resolveu tomar juízo e partir.Amanhã a procuraria ...

Capítulo V: O Retorno de quem não devia voltar.


Fortaleza,

Ao descer do avião Solar sentiu o calor quente daquela cidade. Durante o voo curtira o visual das maravilhosas praias cearenses. Mas agora tinha de avisar sua amiga. Tentou realizar a ligação, mas o celular de Lusa estava desligado."Torpedo, vou passar um , depois vou num ciber café enviar uma personal mensage via cloisdefenders."

- Pai, tem um cibercafé por aqui?

-Querida, deixe de vício com computador, Fortaleza é praia! Nada de computador, aliáis me de seu celular, só vou te devolver quando voltarmos...

Rapidamente Carol digitou e enviou o torpedo antes de ter seu telefone confiscado. "Amiga, vê se liga logo esse aparelho! Que você está fazendo para estar com ele desligado?"

Se Solar soubesse teria ficado rubra....

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Lusa levantou-se cansada teria de ir trabalhar. Passara a noite toda de chamego com Fio e nem descançara direito. "Ainda tenho de passar em casa, não posso ir com essa roupa de ontem!"

Dirigiu-se para a cozinha e começou a mexer na despensa. Queria fazer um café da manhã especial para ambos, mas não encontrou nada aproveitável. "Homens solteiros! Vivem como uns bichos! Se alimentam de quê?"

Sentiu-se ser abraçada pelas costas, que nem a Lois na primeira cena de Idol. Sentiu um beijo na nuca próximo aos ombros. A barba não feita a arranhou, mas ela estava longe de reclamar daquilo, seu humor refletia só felicidade.

- Vamos descer, há uma padaria aqui perto onde poderemos tomar café juntos!

- Bom, da próxima vez vê se compra as coisas, comer em casa de vez em quando é bom! Cozinha não serve só para pipocas de microondas!

Ele riu e a beijou ternamente de novo, e depois foram se arrumar.

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Pedro batera no apartamento de Lusa de novo, ela não dormira em casa! Dormira onde então?

"O Plano piloto é pequeno, vou tentar ver se a avisto no caminho para a esplanada, mas primeiro vou em uma padaria para tomar um café. Não gostei desta aqui da quadra dela, vou perguntar onde tem uma melhor."

O louro recebeu a informação que três quadras a frente tinha uma padaria com um buffet maravilhoso, então decidiu ir até lá.

Quando se preparava para estacionar viu Lusa dando um beijo de despedida em um homem. Ela entrou no seu Honda Civic e partiu. Ele entrou em um new beatle verde claro metálico e começou a sair.

"Desgraçados! Ela não podia ter feito isso comigo! Será que a praga da Manu enviou a foto? Quando voltar para Pernambuco aquela morena me paga!"

Virou o carro em uma manobra proibida e passou a seguir o bancário."Nem deu tempo de tomar o café! Mas esse desgraçado não espera por ver!"

Eixão.

Para quem não conhece Brasília, a cidade foi feita em formato de avião, e as Asas Sul e Norte, que são áreas residenciais com prédios de seis andares, são chamadas de Plano Piloto. Os Ministérios e os monumentos ficam no corpo do Avião. Cortam as Asas cinco eixos. O central tem seis pistas (mão e contra mão) é chamado de Eixão, nele não existe canteiro central separando as vias, e sim uma faixa presidencial onde carro algum pode circular.

Pedro emparelhou o seu carro alugado, um corolla prata, com o New Beatle e buzinou.

Fio estranhou a buzina, pois em Brasília não se tinha o hábito de utilizá-la e ainda não cometera gafe alguma. Olhou para o lado e viu que o motorista que emparelhara com ele, apontava-lhe o dedo médio. “Que cara estressado, não vou dar bola.” Olhou para frente e diminuiu a velocidade, pois avistara um “pardal”( dispositivo fotográfico que aplica multas de velocidade).

Pedro que não contava com a freada passou a mais de 80 Km e viu o flash do dispositivo. “ Ah, essa é demais! Além de roubar minha namorada, ele me faz ser multado!” Diminuiu a velocidade e emparelhou com ele novamente. Então jogou seu carro para cima do new Beatle do Fio.

O pequeno automóvel rodou sobre o seu próprio eixo e também atingiu o corolla, e desgovernadamente caiu no buraco de uma tesourinha (viadutos de Brasília). Pedro também perdeu o controle de seu carro, mas como era um piloto experiente, acabou batendo em um poste...

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Ministério das Relações Exteriores


Priscila cantarolava uma canção do J.Quest quando entrou em sua seção.

“-Quero um amor maior, amor maior...”

Suas colegas de repartição olharam-na curiosas, elas sabiam que Lusa terminara o seu namoro na antevéspera. Josélia , uma sexagenária mas com uma vitalidade de dar inveja a muitas adolescentes, não se agüentou e perguntou:

-Lusa, viu um passarinho vermelho?

-Vermelho não! Verde, azul, branco e principalmente amarelo, da cor do Brasil- e mentalmente acrescentou: “ era amarelo da cor do Banco do Brasil!”

A mulherada curiosa se aproximou para para obter informações, enquanto a turma masculina começou a zoar chamando-nas de fofoqueiras. Pri não se importou com aquilo e resolveu contar para a turma o pecado, mas não entregaria o pecador até que Ricardo perdesse o interesse nela, tinha medo de retaliação.

Minutos depois Ricardo Abrahão chegou e a chamou a sala.

-Menina do céu! Por que não liga o seu celular? Pintou uma missão hiper cobiçada e quero levá-la como minha auxiliar!

Lusa imediatamente ligou o aparelho.

- Paris, vamos para lá! Auxiliar o Ministério da Defesa na negociação para a compra dos Mirrage para a Força Aérea! Você é fluente em francês, certo?

- E em inglês também! Mas por quê eu? A Josélia por exemplo tem mais tempo de casa!

-Só você sabe francês por aqui! Mas se quiser desistir me dê a resposta até segunda- feira!

“Duvido que só eu saiba falar francês!” Pensou com raiva. Paris era uma tentação, mas logo agora? "E ainda mais me sentiria como uma ovelha acompanhada de um lobo!”E saiu do escritório.

Se tivesse olhado para trás veria seu chefe esfregando as mãos com uma expressão maliciosa no rosto.

Um bipe soou em seu celular, era uma mensagem!

“Pedro está indo para Brasília, do jeito que aparentava temo tragédia!” Solar a alertara. Lusa se assustou, contudo acabou relaxando, Brasília apesar de ser pequena, é a capital do país, então, as chances de Pedro encontrar com Fio eram mínimas! Ela sim teria de vê-lo e passar um sermão, afinal ele sabia onde ela morava e trabalhava. Resolveu avisar o seu novo amor que teria esse problema.

O celular tocou e ninguém atendia, mas Priscila insistiu até que uma voz desconhecida atendeu.

- Pronto!

- Este não é o celular de Phillipe...?

- É sim, mas acalme-se que tenho uma notícia para lhe contar, mas primeiro qual é a sua relação com a vítima?

-Vítima? O que aconteceu! Sou a namorada dele!

- Xiiii....., bom ele sofreu um acidente e está em coma induzido no Hospital de Base.

-Estou indo para aí agora!- Lusa começou a chorar, não era justo! Paris, e o acidente com seu novo amor!

Do outro lado a enfermeira que atendera a ligação, pensou: “ Puxa vida! Não deu tempo de lhe falar que havia discado para o telefone das filhas dele e a ex-mulher atendera, e dissera que estava pegando um avião para assisti-lo!”

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Hospital de Base


Lusa pedira a tarde de folga e ficara ao lado da cama de Fio, somente quando a polícia apareceu, ela obteve mais informações sobre o que acontecera, os dois carros haviam se chocado no Eixão, e testemunhas afirmaram que o corolla se jogara sobre o New Beatle!

- E qual a sua ligação com a outra vítima? A do Corolla!

- Não sei de quem se trata?

- Pedro Vicente Marreiros. Está no quarto 103. Quebrou a perna esquerda, e está consciente mas recusa-se a dar mais informações!
Priscila ficou branca! Solar tentara avisá-la, por que deixara o celular desligado? Emanuelle lhe falara depois que recebera a foto que o piloto de rali não prestava, e que tinha impulsos violentos! Fio agora corria risco de morte por sua causa!

- Sou a ex-namorada dele, e a atual do Phillipe!

- Então foi tentativa de homicídio! Crime passional! Será que você poderia ir até o quarto do seu ex e arrancar mais informações , consegue ficar calma?

Lusa assentiu, embora estivesse totalmente abalada! Nunca esperara que tal coisa acontecesse!

- Por que elas se envolvem com caras assim?-Perguntou o policial após Priscila ter saído.
A enfermeira olhou-o firme e respondeu:

- Infelizmente, não está escrito na testa de cada homem: “eu sou gente boa ou eu sou canalha!”

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Quarto 103


-Por quê, Pedro?

-Por que pergunto eu? Você me traiu!

-Nós terminamos! Você beijou uma garota tatuada, recebi a foto e terminamos!

-Mas não brigamos! Você foi até gentil!

- O que não significa que estamos juntos! Acabou! Se quiser poderei ser grossa para você aceitar!

-Nós só terminaremos quando eu quiser, e não quero!

Lusa começou a chorar de raiva e saiu. O policial que escutara e gravara aquela conversa colocou a mão nos ombros da moça e a confortou:

-Pode deixar, esse vai para a cadeia!

Lusa entristecida pensou: “vai nada, o pai dele é Juiz Federal, em dois tempos ele estará solto para me atazanar...”

Voltou ao quarto de Fio e encontrou um médico e questionou sobre a saúde dele.

- Bom, ele tem um inchaço no cérebro, está em coma induzido até que esse inchaço suma. Achamos que não haverá mais danos físicos, mas é cedo para dizer.

-Terá efeitos colaterais?

-Talvez perda de memória recente!

Lusa se desesperou, quando Fio acordasse não se lembraria dela:

-Quanto é recente? Dias, meses, anos?

- Não sei! Está me pedindo o impossível, moça! Sinto muito.

Lusa sentou-se em uma cadeira ao lado da cama, apoiou o rosto sobre as pernas do seu amor, segurou sua mão e dormiu...

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Ministério das Relações Exteriores


- Onde está Lusa?-Perguntou Ricardo.

-O namorado dela sofreu um acidente, ela está com ele no hospital.

- Namorado não é parente! Não posso justificar a falta pelos manuais, mande-a voltar amanhã!

-Dê um desconto, Sr. Ricardo!- Pediu Josélia.

- Se eu fosse ruim mandaria voltar agora, sou apenas legalista, não é previsto na lei!
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Aeroporto Juscelino Kusbtchek

Solange acompanhada das duas filhas desembarcara, a mãe de Fio viera junto, e mal se falaram durante a viagem. Fora totalmente contra a vinda da ex-nora para Brasília. Uma coisa eram as meninas Dih e Sophia, outra era a mãe delas, contudo por amor as netas calara-se, mas o fato é que ela não gostava dela. Uma mãe não perdoa fácil quem faz mal ao seu filho.

-Para onde vai Solange?-Perguntou Fabiana ao ver que a ex-nora dera ao chofer do táxi destino diferente do hotel ou do Hospital de Base.

- Dona Fab, pode ficar com as meninas? Vou ao Park Shopping comprar uma roupa bem bonita e depois fazer o cabelo! Quero estar bela quando Fio acordar!

Se não fosse pela presença das netas a mãe de Fio tê-la-ia mandado plantar batatas...

Capítulo VI: Definições


Lusa continuava no quarto de Fio, estava faltando injustificadamente a um dia de serviço. Ela não podia deixá-lo sozinho!

De repente uma senhora magra de aproximadamente 60 anos, cujos cabelos estavam tingidos de louro, entrou no quarto onde estavam, acompanhada de duas crianças. Priscila as reconheceu. Eram Sophia e Dih, logo a mulher devia ser a mãe do seu namorado.

- Olá- cumprimentou amistosamente Fabiana- você é a namorada do Fio?

-Sou, me chamo Priscila, mas se quiser abreviar, é Lusa ou Pri.

A menina mais velha estendeu a mão para a moça, já a menor começou a chorar:

- Papai, acorda paizinho...-Sophia assim como a irmã era loura de olhos claros, contudo os seus eram esverdeados enquanto o da outra eram cinzas.

Pri se agachou e abraçou a menina com ternura:

-Calma queridinha, ele vai acordar, mas deram um remédio para dormir, só quando passar o efeito!

Dih também entristecida falou a Lusa:

- Se deixa meu herói feliz eu gostarei de você, tia Lusa.

Fabiana abraçou-a a neta e em seguida a pernambucana:

- Querida, vai dar tudo certo, mãe sente.Meu nome é Fabiana. Você não tinha que estar no trabalho?

- Tinha mas não posso deixá-lo assim...

-Agora pode, vou ficar aqui! Dê-me o número do teu celular que se houver melhoras te ligo!
- A Sra promete?

-Claro, imediatamente!

- Vovó, posso ir com a tia Lusa para o trabalho dela?

Antes que Fabiana pudesse recusar Lusa falou:

- Seria uma honra! Ainda mais conseguiria justificar minha falta!

Dih deu a mão a Priscila e com a anuência da avó foi seguiu para o Ministério das Relações Exteriores.

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Solange chegou toda emperiquitada ao hospital de Base. Ao entrar no quarto de Fio e avistar apenas Sophia e Fabiana perguntou pela filha mais velha:

- Ela foi com a namorada do papai para o trabalho...

Solange fez um escândalo tão grande que os seguranças tiveram de entrar no quarto para acalmá-la.

- Confio na moça- dissera Fabiana antes do show da ex-nora- Fio já me informara sobre ela antes do acidente!

Um policial entrou e passou os detalhes da investigação, não sem antes ameaçar Solange de abrir queixa contra ela por perturbar o silêncio no hospital.

-Está vendo! Foi o ex-namorado da bruaca que feriu meu cuti-cuti...

A mãe do “cuti-cuti” enojada saiu do quarto com a pequena Sophia, que voltara a chorar por causa do “espetáculo” proporcionado por Solange.

No corredor Fab encontrou com um médico, que lhe revelou que já diminuíam a sedação e que Phillipe iria acordar nas próximas horas.

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Ricardo já estava com uma pseudo-bronca pronta para dar em Lusa, mas ao ver a pequena Dih resolveu ser cordial:

-Quem é você pricesinha?

- Sou Dih a filha do namorado dela!

- Que legal!- E em francês acrescentou- Seu namorado tem filhos? Que problemão, heim!
Lusa respondeu também naquela língua que não se importava com aquilo, até pelo contrário pois não sofreria pressão para ser mãe logo!

- Lembre-se que tem até segunda-feira para decidir se quer ou não ir para Paris!-Disse chateado e saiu.

Lusa acomodou a criança em sua escrivaninha, ligou o computador e deixou-a se divertir, enquanto pensava sobre a sua situação. Sentia-se responsável pelo que Pedro fizera a Fio, mas será que realmente tinha culpa?

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Phillipe gemeu e vagarosamente abriu os olhos. A sua frente estavam sua mãe, sua filha e Solange, que ele não lembrava se era sua atual mulher ou sua ex, algo o fazia desconfiar desta última opção.

- Fio!-Alegrou-se Fabiana.

-Papai!

-Oi, paixão!-Segurou a mão da pequena lourinha de olhos verdes com a maior ternura possível.

Solange se aproximou e o cumprimentou:

- Oi, Fio! Tudo bem, você vai ficar ótimo!

Ele olhou desesperado para sua mãe, pois a sensação o inquietava, contudo Fab não entendera aquele olhar, aliais nem notara pois discava para o celular de Lusa.

-Vamos voltar a ser o que éramos antes, né meu bem?-Solange dissera cheia de esperanças.

O rapaz riu sem graça e apenas tinha olhos para sua filha caçula.

-Cadê a Dih? E onde estou?

- Está com sua amiga, Lusa. E você está no Hospital de Base, é público, mas o melhor em traumatologia daqui.

Fio ficou totalmente confuso: “público? Só conheço o Miguel Couto, e segundo me consta ele não é o melhor do Rio de Janeiro? E afinal, quem é Lusa?” Apesar de não conhecer a resposta para esta última pergunta, sentiu um profundo carinho por aquele nome.
- Como está Smallville?

Solange riu sem graça e reclamou:

- Uma porcaria, a Lana deixou a série faz uma temporada, e agora só dá Lois. Parei de assistir.

“Saiu faz uma temporada? Estou me lembrando de Crison, aquele em que aparece a canário pela primeira vez e a Erica dá um show de atuação em sua cena final! Segundo me consta, a Lana foi perdoada pelo Clark após ter dormido com o fantasma!”

Fio resolveu não abrir o jogo que não se lembrava desses eventos, se realmente estivesse separado de Solange, pois suas lembranças estavam embaralhadas, ela poderia se aproveitar para forçarem a reatarem. “Nunca me separaria de minha esposa se algo grave não tivesse ocorrido.”

- Estou cansado, acho que quero dormir de novo!- Olhou para a pequena Sophia e percebeu que realmente havia perdido parcialmente a memória. A menina que segurava sua mão tinha cabelos compridos e era mais alta do que se recordava, contudo tinha certeza que aquela era sua Sossô.

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Lusa entrou pelos corredores do hospital segurando a mão de Dih. Estava alegre mais ao mesmo tempo receosa. Será que tudo correria perfeito? Uma mulher morena se aproximou e a menina correu para abraçá-la.

- Mãe!

A mulher ignorou sua filha e partiu para cima de Priscila.

- Vaca! Por causa do seu namorado meu marido está aqui!

Priscila iria responder a altura, entretanto ao ver a filha ignorada por Solange, resolveu pegar leve.

- Primeiro, é seu ex-marido; segundo, Pedro é meu ex-namorado!-Segurou na ponta da língua a palavra vadia.

Solange deu-lhe um tapa estrondoso, Dih assustada saiu correndo pelos corredores do HB. A ver que a menina se afastara Lusa reagiu, abaixando-se e dando uma rasteira, o que fez com que a rival caísse.

Levantou sem olhar para trás e seguiu para o quarto do namorado. Sol pegou uma “arara” que segurava o soro fisiológico de um paciente que estava no corredor e partiu para cima da moça. O paciente, que tivera o medicamento retirado à força, gemeu de dor. Este gemido alertou Lusa, que se voltou rapidamente para Solange. Quando esta tentou golpeá-la Lusa saiu da frente encostando-se na parede e assistiu Solange passar como um foguete e acabou indo se chocar com um segurança que ouvira os berros e vinha verificar o que se passara.

Lusa entrou no quarto de Fio, ignorando a discussão entre Sol e o segurança.

-Olá!- Disse apreensiva.

Fio abriu os olhos novamente e viu a linda ruiva.

-Oi! Desculpe, mas não estou me lembrando de quem você é! Apenas sinto carinho por ti. Somos mais que amigos?

Antes que Lusa pudesse responder a barraqueira Solange entrou gritando, novamente ignorando suas filhas e a ex-sogra.

- O namorado dessa piranha quem foi quem abalroou o seu carro e te deixou nessa situação!

As crianças começaram a chorar desesperadas, Fabiana desmaiou e Solange continuava a cuspir seu veneno.

Aquilo era demais para Lusa, ver as meninas chorando doía muito,e Fio não se lembrava dela. Saiu correndo do HB, sem presenciar o “cala-boca” que Fio passou na ex-mulher.

- Solange fique quieta! Isto é um Hospital! Minha mãe desmaiou, as meninas estão em pânico. Você é louca!-Apertou o botão de chamada das enfermeiras. E quando uma delas apareceu, ele disse- atenda primeiro a minha mãe, leve as meninas daqui por favor e depois volte para cá com um segurança!

- Este último pedido não vai ser possível! Miguel é o único segurança deste andar e foi encontrado inconsciente com um corte na cabeça.

Fio, que não podia usar a palavra polícia na frente das filhas, pois elas talvez não o perdoassem se ele fosse o responsável pela prisão mãe.

- Peça para esta Sra. se retirar então!

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Lusa não procurara mais Phillipe, ainda abalada com a situação, resolvera aceitar a viagem para Paris, quando regressasse talvez Fio já tivesse recuperado a memória. Teria apenas de se cuidar pois sabia das intenções de Ricardo.

- Au revoir,(adeus em francês) Josélia!

-Au revoir, ont um grand voyage (tenha uma grande viagem)!

-Você sabe falar francês?- Perguntou Lusa.

Magoada a sexagenária confirmou.

- Era para você estar no meu lugar!

-Era mesmo! Cuidado com o perigo!

Lusa sorriu e abraçou a amiga. Sabia agora que Ricardo mentira!

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Acabara de correr um ida e volta entre os dois Fortes situados na Avenida Atlântica, o Forte de Copacabana e o Centro de Ensino e Pesquisas (CEP) no Leme. Suava as bicas. Olhei para a praia e vi a arrebentação do mar na pedra do Leme. Um monte de moças bonitas tomavam banho de sol. “ Vou para o mar, mas antes deixa eu zoar o Fio!”

Disquei o número do meu antigo aparelho, apenas os trocáramos, ficara com o ex-dele e ele com o meu.

- Alô?

- Fio, tudo bem cara? Adivinha de onde te ligo?

-Quem é você? Não estou lembrando...

-Phillipe, é o Ted do Clois Defenders.- Passei a imitar a Chloe da Erica no episódio da Zatana.- Trocamos os celulares, Ted! Trocamos de cidade, Ted! Não trocamos os caderninhos pretos, Ted!- como ele continuou mudo insisti.- Abobrinha, Barbarella, Solar, Manu, Kyla, Lusa; Ted!

Como em “Hex”, finalmente lhe caíra a ficha:

- Ted! Lembrei! E todas essas pessoas, são minas amigas certo?

-Com exceção da Lusa, sim!

Ele ficou mudo por alguns minutos e depois gritou feliz:

- A linda ruiva de olhos esmeralda! Minha namorada!

Ele me contou o que ocorrera, e que receberia alta na próxima quarta-feira.

- Vai dar tudo certo, amigo! – Acabei esquecendo de zoá-lo, pois achava mais importante que se recuperasse e partisse para a vida.
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Solange entrou no quarto de Fio com um buquê de flores e um cartão de desculpas.

- Tudo bem, Solange, está desculpada, mas me deixe viver! Aliás troque o DVD, procure alguém que aspire o mesmo que você! Estou em outra.

- Fio, mas o namorado da sua bruaca foi quem fez isso contigo!

-Solange, vou te avisar pela última vez, respeite as pessoas de minha convivência, principalmente a Priscila! Quando você me trocou pelo seu chefe, não fui atrás dele e muito menos fiz escândalo! Então faça o mesmo por mim. Não insista, senão minha educação contigo acabará!
Dih acabara de entrar no quarto e correra para abraçar o pai, mas foi interceptada pela mãe que disse:

- Vamos embora filha, seu pai não presta!

Contudo a menina respondeu para a mãe no mesmo tom:

- Mãe, não me obrigue a escolher, porque senão você pode se decepcionar! Agora vou abraçar o meu pai!

As lágrimas escorreram pelos olhos de Fio, e apertou sua menina com todo o carinho do mundo.
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Quarta-Feira chegara e Phill recebera alta. Nem foi para casa e sim direto para o trabalho. Esperou ansiosamente o meio dia chegar, pois era o horário em que se encontrava com Lusa. Duas da tarde e nada dela aparecer! Preocupado chamou uma funcionária e pediu que o substituísse momentaneamente.

Pegou um elevador e subiu para o 5º andar, e lembrou-se do primeiro beijo que recebera de Lusa! Quando entrou na sala dela, não a viu decepcionado perguntou a uma senhora o destino de Priscila.

- Foi tratar da compra dos caças da aeronáutica em Paris. Volta daqui há duas semanas!

Triste Phillipe chegou a pensar em esperar mas quando Josélia lhe contou que a acompanhava tomou uma decisão: “tenho de ir até lá!”

- Sabe o hotel em que estarão?

- Não, mas ela falou que se alguém perguntasse por ela, era para entrar em contato com algum legume ou fruta, sei lá, não lembro...

- Não seria abobrinha?

- Isso mesmo! Abobrinha, mas continuo sem entender...

- Obrigado, Dona Josélia.-Fio beijou-lhe o rosto agradecido e saiu...

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Paris

Ricardo e Lusa haviam acabado de sair de uma rodada de conversações no Ministério do Comércio Francês e finalmente teriam a noite de folga, pois na noite anterior foram “obrigados” a participarem de um coquetel proporcionado pelos anfitriões. Abrahão ficara furioso pois Priscila aproveitara para conversar com todos menos com ele, agora teria a chance que tanto aguardara.

- Lusa, vamos tomar um café na Champs Elisee?

- Sr Ricardo, talvez, primeiro quero acessar a Internet.

-Certo, vamos marcar o horário.

- Veja só, eu telefono para o seu quarto assim que estiver pronta.

Ricardo sentiu que ela não ligaria, então ameaçou veladamente:

- Puxa, sabia que no conceito profissional existe a avaliação do item de sociabilidade? A sua parece baixíssima...

Priscila riu sem graça e se despediu.

“Droga, que adianta estar na Cidade Luz acompanhada de uma vela! Fio...”
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Fio entrou no Chat do Clois defenders e levou um bom tempo para reconhecer a amiga abobrinha, pois nele ela utilizara outro nick, e nem o “Fal” como também era conhecida.

- Puxa, Fal, assim você dificulta tudo! Como ia adivinhar que era você? Sabe a quanto tempo estou em off?

- Exatamente duas semanas!

-Como sabe disso?

-Lusa!

-Ela foi para Paris, quero ir atrás dela, sabe o hotel em que ela está?

-Sei, mas vamos fazer diferente!-Fal lembrara que Ricardo estava no mesmo hotel e não queria coadunar com uma tragédia grega...

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“ Oi, Lusa, como está Paris? Meu cunhado me passou ótimas dicas daí...”

“Desculpe, Fal, não tenho vontade alguma de sair!”

Abobrinha argumentou que essa era uma oportunidade única, mas nem mesmo assim Priscila deixou-se contaminar, então com a criatividade de escritora, veio com outra idéia.
“Tudo bem, querida entendo. Mas gostaria que me fizesse um favor. Um primo meu que mora aí quer me entregar uma coleção inédita do White snake...”

“Mas o Wihte Snake não é um grupo francês!”

Fal pensou surpreendida: “tuchê!”, contudo a autora de “Crash” e “Enfim Sós” não se deu por vencida.

“É de um Show que eles fizeram aí em Paris! Inédito!”

“Certo, onde encontro com ele?”

“ Devido ao Safadão, digo, Ricardão estar no seu hotel, pensei no primeiro mirante da Torre Eyfel, amanhã as dezessete horas, pode ser?”

“Dá certinho, a reunião acaba por volta das quinze.Como o reconhecerei?”

“Ele usará a camisa da seleção brasileira...”

“ Fal, brasileiro é que nem rato, tem em todo o lugar e ainda temos os admiradores internacionais do nosso futebol!”

“Além disso ele usará boina francesa, calça de terno, chinelos havaianas e segurará uma abóbora, pronto duvido que haja alguém assim em qualquer parte do globo!” Fal sorriu e pensou: “É Sherlock Holmes, se você tem medo do Dr Moriaty é porque ainda não me conheceu...”

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Fio olhava o Rio Sena. Quantas pessoas já haviam estado naquele mirante observando a cidade dos amantes? Paris era um sonho, mais sem Lusa era opaca. As pessoas que passavam perto dele riam e comentavam em diferentes idiomas que ele devia ser louco, por usar aquelas roupas e segurar uma abóbora. Até fora abordado pela polícia francesa que achara que ele era um suicida em potencial! “É melhor dar certo, Fal, senão te processo! Isso se não for fazer companhia para o Coringa no Asilo Akrhan...”

- O Sr. é o primo da Fal? Porque se não for deve ser maluco de carteirinha...

Era a enésima gozação que sofrera mas aquela doce voz o acalmou. Voltou-se a pessoa que lhe dirigira a palavra e sorriu.

- Posso ter me esquecido quem é você, mas me lembro do amor que sinto por ti. Amor este que me fez cruzar o Atlântico para te procurar!

Lusa sorriu e tentou beijá-lo, porém o diabo da abóbora que ele segurava atrapalhou tudo...

A noite Ricardo estranhou porque Lusa não se encontrara com ele para tomar o café, decidiu então ir até o seu quarto no hotel para chamá-la.

Bateu a porta, porém ninguém o atendeu. Colou o ouvido na madeira e começou a escutar uns gemidos característicos.

Ricardo ficou possesso e inconsolável, ela estava com alguém que não era ele! De repente um camareiro falou em francês:

- O Sr está confundindo o seu quarto, este pertence a Srta Paranhos e ao seu namorado, Phillipe. Precisa de ajuda para achar o seu?

“Ótimo, além de tudo sou julgado como bêbado!”

- Não obrigado, meu quarto é o 1102...

O empregado do hotel vibrou com aquela notícia.

- Um momento Sr, tenho uma entrega para você.

“Bom pelo menos um brinde da Comissão francesa...”

Quando recebeu a caixa ficou feliz. Era grande o tal brinde. Correu para o 1102 e a abriu. Quase caiu para trás. Recebera uma abóbora.

==============NC-17-Perigo==================================

Fio beijava as costas de Lusa, dando-lhe um verdadeiro banho de língua. Ia descendo e parou quando chegou nos glúteos, aí começou a dar mordidinhas suaves. Priscila sentia o calor em seu corpo aumentando e de repente foi virada bruscamente, agora olhava para o teto do quarto e não mais para o colchão.Não precisou olhar para Phillipe a fim de perceber que a cabeça dele estava entre suas pernas, simplesmente sentia sua língua massageando sua feminilidade.

De relance olhou para a janela e viu o Arco do Triunfo, era uma sensação única, estar fazendo amor com o homem amado em Paris...

===========Fim do NC-17=UFA================================

Ricardo fora até um bordel na periferia de Paris. Uma garrafa de Vodga estava aberta e seu conteúdo já pela metade. Ainda sobre a mesa estava a abóbora.

No palco a sua frente, moças dançavam Can-can, em uma cena que lembrava o filme Moulin Rouge.

Uma mulher morena se aproximou e puxou assunto com ele em francês:

- Sozinho e triste? Essa abóbora é algum fetiche.

- Armei para cima de uma garota, trouxe-a a Paris e a ingrata fica com o namorado!-Gemeu beijando e acariciando o fruto.

-Pelo sotaque é brasileiro!

-Sou!

-Então, vamos falar na nossa língua- disse em português- sou Vanessa de Campinas.

-Ricardo, trabalho em Brasília.

Os dois começaram a conversar e a decepção de Abrahão foi virando tesão e lá pelas tantas Vanessa soltou:

- Vou ficar contigo sem cobrar!

Ricardo estava longe de ficar decepcionado, afinal o que ele esperava encontrar em um bordel, uma freira?

- Então você é prostituta...- selou os lábios da campinense com um beijo. Um flash de uma câmera fotográfica o interrompeu o ato.

- Não, querido, sou travesti...
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No dia seguinte durante a reunião Lusa exalava alegria, enquanto Ricardo decepção. Os palestrantes davam olhares maliciosos para o chefe de Priscila, e este não entendia o porquê.

Ao terminar a rodada de negociação as risadinhas foram mais sarcásticas. Lusa fora chamada por uma secretária e recebera um exemplar do Paris Tribune. E quando estavam se deslocando para o hotel, o ex-bombeiro fez uma última tentativa.

- Vamos sair hoje à noite, para o lugar mais badalado da cidade. Eu pago!

Priscila entregou-lhe o jornal e disse:

-Desculpe senhor Ricardo, não freqüento este tipo de lugar, ademais vou sair com meu namorado.
Ricardo arregalou os olhos quando viu a foto e leu a manchete:

“Turistas procuram travestis em bordel tomado pelas drogas....” , e a foto da capa era a dele beijando Vanessa.

Capítulo VII- Finalizando


Trinta e dois anos depois:

Parei o carro que alugara em frente a uma fazenda que tencionava em comprar. A sede era um sobrado amarelo, tinha um celeiro vermelho ao lado e uma enorme plantação de trigo e milho. Resolvera mudar geral minha vida, partira para o Canadá para tentar vida nova.

Acariciei Genoveva antes de descer do carro. Ela estava quieta, como todos os répteis ela não gostava do frio, mesmo no verão aquela terra era muito fria . Simplesmente encolheu para dentro de seu casco.

Peguei-a carregando nos braços, nossa estava pesada, ou eu fraco, afinal já tinha bem mais de sessenta anos e minha vitalidade não era mais a mesma.

Caminhei vagarosamente em direção a porta do sobrado e lembranças começaram a passar pela minha mente...


==========ainda não terminou====mas a partir daqui a história será em flashbacks======

1º Flashback : Três anos após a viagem de Lusa e Fio a Paris.

Pedro estava sentado no banco dos réus, e o juiz, um homem bem apessoado de vinte e oito anos, perguntou ao promotor do caso:

- A promotoria tem mais alguma testemunha?

-Sim, excelência, convocamos agora a Srta Raquel Emanuele.

Quando Manu entrou o Juiz a olhou. Trajava um vestido branco decotado e muito colado ao corpo, um colar de pérolas destacava-se no seu pescoço. Sapatos de salto alto pretos davam-lhe mais glamour.

O Juiz perdeu a concentração no processo, só conseguia ter olhos para a bela pernambucana, tanto é que o promotor teve de lhe chamar duas vezes seguidas para tirá-lo do transe.

- A defesa tem alguma pergunta?

“Espero que não, pois este crápula tentou agredir essa bela moça!”- Pensou Bruno, o magistrado.

- A promotoria agora, chama a Srta Carol “Solar”....

Depois de duas horas de julgamento, o depoimento de Solar fora decisivo para demonstrar premeditação, a conversa que Pedro tivera com ela no aeroporto foi determinante.

Quando todos se retiravam do tribunal, Pedro cruzou com Solar pelos corredores, ele ia escoltado e algemado por policiais, fora condenado há 4 anos.

- Lembra, de quando me falaste que daqui a quatro anos não haveria difernça de idade entre nós e que me ligaria?

Todo esperançoso o ex-piloto de rali anuiu.

- Ela continuará existindo, pois jamais namorarei com um crápula! Vá agora para sua colônia de férias, Papuda, durante 4 anos.

Bruno retirou a toga e correu até o ponto de táxi. Sorriu ao encontrar a bela testemunha.

-Srta Emanuelle?

-Sr Juiz...

-Bruno, por favor. Estava pensando se conhece alguém aqui em Brasília, caso não, me disponho a mostrar-lhe a cidade.

Manu sorriu irônica e observou bem aquele homem. Era louro de olhos azuis, complexão atlética e parecia ser educado.

-Olha, Dr, digo, Bruno, nós nem nos conhecemos...

-Tudo bem, então apenas um jantar, claro se não tiver namorado. Detestaria atrapalhar algum relacionamento.

“Tem bom caráter! Muitos homens que não estão nem aí se a mulher tem ou não companheiro e já saiem atacando...”pensou Raquel.

- Certo, estou no Blue Tree. Quero estar de volta até às 23:00 horas.

Bruno sorriu-lhe e se despediram...

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Cada passo meu me cansava, mesmo tendo feito exercícios minha vida inteira a idade estava pegando, ainda mais em um país diferente em que até pouco tempo nem era cidadão.

Graças a uma filha minha casada com um canadense, conseguira-me a nacionalidade. Mesmo assim, não quisera viver com o alegre casal e resolvera comprar algo para mim. E lá estava aquela fazenda. Lembrava-me dela, mas de onde?

Mais flashbacks distraíram minha mente...

Cinco anos depois de Paris

Ricardo conhecera Solange em uma ponte aérea, Rio/São Paulo. Se apaixonaram e acabaram se casando.

Lusa ao saber que seu ex-chefe, pois após o escândalo com o travesti que inclusive ameaçou a negociação da compra dos caças para a FAB, ele fora transferido para uma seção bem mixuruca; ela fez questão que Fio tirasse a guarda das meninas de Solange.

Priscila amava as duas meninas como se fossem suas, aliás, elas eram irmãs do seu filho Rafael. Sabia que assim que tivessem corpo de moças, Abrahão poderia dar em cima delas. Fio relutou, pois achava Solange uma boa mãe, contudo esta não objetou cedendo de livre e espontânea vontade Dih e Sophia. Parecia que ela tinha a mesma preocupação de Lusa.

O casamento de Ricardo e Sol se tornou um inferno. Ambos traíam-se mutuamente, mas o medo de ficarem sozinhos não os deixavam terminar a relação. Gastavam muito dinheiro em detetives particulares, e em tentativas de lográ-los bem como nas farras.

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Anos mais tarde.

Cris,a Barbarella, tornou-se uma famosa escritora, aproveitou que Kyla e seu marido viviam em Londres e lançou na Europa com ajuda deles, seu livro O Monarca, a Maldição de Dhagul, que fora baseado em uma fic que escrevera no clois defenders, apenas tivera de retirar qualquer menção ao seriado, inclusive mudando o nome de alguns personagens. Por ter sido lançado na Europa, logo atraiu olhares hollywoodianos, e se tornou filme. Cris conseguiu que escalassem três atores da sua série adorada para o filme em pauta: Erica Durance, Callun Blue e Cassidy Freeman, e ainda para a filha do Justin: Isabela Justice Hartley. Os outros ou não puderam ou foram cortados pelo diretor para que não ficasse com a cara de Smallville.

Cris fora convidada para a Academia Brasileira de letras, ocupando a cadeira que fora de Jorge Amado e Zélia Gatai. Após isto perturbou sua amiga cloiser Fal, para que desengavetasse seus três livros e os publicasse. De tanto encher conseguiu, e tiveram excelentes vendas, foram best sellers. Agora fazia lobby para que a Abobrinha se candidatasse a ABL.

Carol CCF manteve o clois defenders mesmo após o término da série. Era uma médica de renome.

Pedro cumprira sua pena e decidira ser tornar padre. Concluiu o Seminário e por ironia do destino batizou o filho caçula de Solar, o menino Clark.
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Futuro novamente

Bati a porta e aguardei. Brincava com a encolhida Genoveva, até que ouvi um rangido. A porta abrira e aparecera uma senhora de sessenta, muito bonita, seios fartos e dona de um sorriso maravilhoso. Também me lembrava daquele sorriso, mas não sabia da onde. Quando ela viu o réptil arqueou a sobrancelha direita e perguntou:

- O que é isso?

- É um cágado brasileiro. Fêmea.

- Como sabe que é fêmea?

Virei o bicho ao contrário e mostrei o dorso reto.

- Se fosse macho seria côncavo, para quando subisse na parceira se encaixar durante a cóp...-Constrangido não terminei a frase virei Genoveva novamente, pois ela estava desesperada.

Aquela Sra.soltou uma gargalhada muito gostosa. Realmente sabia sorrir!

- E o por quê desse bicho?

- Fiz uma aposta com ela para ver quem viverá mais. Já estou indo a psicólogos me preparando para o pior, não sei como será quando ela se for!

A dona da fazenda riu à beça, afinal sabia que aqueles bichos viviam trezentos anos.

- Por que está vendendo a fazenda?

Mais Flash backs passaram pela minha cabeça

Alguns anos atrás

Fio de joelhos conseguiu levantar uma bola para Lusa, e esta cortou exemplarmente. Do outro lado da rede Manu se jogou e de peixinho conseguiu dar uma manchete perfeita, a bola subiu e Bruno cortou. A pelota explodiu no bloqueio armado por Phillipe e saiu da quadra.

O Juiz louro correu para sua amada e a levantou e apesar das reclamações desta, dizendo que estava totalmente suja de areia, a beijou, o resultado foi que saiu tossindo e cuspindo os grãos arenosos.

Lusa abaixou-se e cruzou a rede para cumprimentar Manu, vitoriosa no jogo e também no amor, enquanto os dois homens se dirigiam para o mar de Fernando de Noronha. Ambas sentaram-se e começaram a conversar.

Fio desafiou Bruno:

-Meritíssimo, quem chegar por último no mar é mulher do Padre!

Ambos saíram correndo para as águas azuis do arquipélogo.

Manu aproveitou a deixa e soltou mordaz:

- Ué? O Pedro não pode ter mulher!

Lusa riu e abraçou a amiga:

-E aí, quando pretende ter um filho?

-Ainda não estou preparada, tenho que conhecer a Europa primeiro! Ano que vem iremos para Atenas.

Lusa riu e viu sua enteada Sophia correndo de mãos dadas com o pequeno Rafael. Dih conversava com um garoto que devia ter aproximadamente uns treze anos. Manu percebeu e riu:

- Como Fio vai reagir quando vir isto?

- Não sei, ele é superprotetor!

- Bom, é o ciclo da vida , né?

- Falou a voz da experiência, não é sra Juíza?

Manu, após ter concluído o curso de administração e por influência do marido fizera direito e se tornara juíza do trabalho, concluiu:

- Com certeza, querida! Com certeza!

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Anos depois

Solar decidira após se casar e ter a vida financeira estabilizada investir em outra carreira. Agora também era veterinária. E a fim de praticar sua nova profissão comprara a fazenda de Ricardo.

Abrahão tentara de todas as formas fazer um bom negócio, contudo as dívidas que adquirira com o casamento com Solange exigiam pressa. Carol foi paciente e conseguiu arrematar a propriedade quase por preço de banana. Ricardo desesperado a chingou de tudo quanto era nome, pois os recursos arrecadados mal davam para pagar 20% de seus débitos.

“Tuchê, Ricardo e Solange! Tinha condições de pagar o que queriam, mas preferi gastar mais para afastar possíveis compradores, apenas para dar uma lição para vocês! Aqui se faz aqui se paga!”

Carol rescindira todos os contratos de arrendamento, não queria queimadas na fazenda!

Montara em Sonora III e observava seus lindos campos! Seu Haras era um dos mais promissores do planalto central! Batizara-o de Clois Smallville!

Agora galopava tranqüila vigiando sua propriedade! De repente avistou três adolescentes cavalgando perigosamente. Dois deles saltaram uma cerca de arame farpado, o outro desviou e passou pela porteira.

- Érica, Clark vocês estão malucos! Por que não fizeram o mesmo que Rafael? Já os havia proibido de se arriscarem assim!

Érica olhou para a mãe com um sorriso irônico e respondeu:

- Que moral você tem, mãe? Sabemos que enganava o vovô e ia se arriscar no Skate em Sampa!

- Tia Solar, pode deixar que cuido deles!- Falou Rafael autoritário.-Não farão besteira!

Solar notou que o filho de sua amiga Lusa olhava insistentemente para a sua filha Érica. “ Tenho certeza que dela você toma conta! Agora do meu Clarkinho, quem tomará?”

-Mãe- desafiou o xará do personagem principal de Smallville- já vi você fazendo o mesmo na frente do papai, e ele ficou desesperado!

-Clark, não foi bem assim!- Solar pensou desesperada-“meus filhos são espertos, preciso aprontar escondida!”- Clark, eu....
Não adiantara, porque os dois adolescentes empinaram suas montarias e dispararam a toda. Rafael a olhou entristecido, deu de ombros e juntou-se a dupla! Carol quase enfartou quando os saltaram novamente a cerca, agora acompanhados pelo filho de Lusa!

“- Aonde fui amarrar meu burro?”-Pensou a Cloiser com um sorriso irônico nos lábios.

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Futuro

- Fiquei viúva! Meu enteado e meus filhos não querem administrá-la! Já não tenho mais a mesma vitalidade para tomar conta dela!

- Ela sempre foi sua?

- Não, a comprei após ter trabalhado por aqui! Eu era atriz e a fazenda foi usada como cenário!

A ficha finalmente caíra! Sabia que fazenda era aquela e quem ela era. O sorriso sempre fora sua marca de identificação!

- Que pena Sra Durance! Se quisesse permanecer aqui poderíamos te ajudar a administrar.

- Poderíamos?

-É, eu e a Genoveva!

Ela abriu novamente aquele maravilhoso sorriso e me convidou para entrar. Nascia aí um grande romance...


Fim